Quarta, 13 de janeiro de 2016
Maiana Diniz - Repórter da Agência Brasil
A
Polícia Federal indiciou hoje (13) a mineradora Samarco e sete
executivos e técnicos da empresa por crimes ambientais decorrentes do
derramamento de 32 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração no
Rio Doce. Um dos indiciados é o diretor-presidente da Samarco, Ricardo
Vescovi.
A Vale, uma das donas da empresa, e a consultoria VogBR,
responsável pelo laudo que atestou a estabilidade da barragem que se
rompeu, também foram indiciadas.
Em comunicado, a Vale diz que
recebeu com surpresa a notícia do indiciamento e que a responsabilização
da empresa “reflete um entendimento pessoal do delegado e ocorre em um
momento em que as reais causas do acidente ainda não foram tecnicamente
atestadas e são, portanto, desconhecidas”. A nota também diz a empresa
vai demostrar tecnicamente que as premissas da Polícia Federal “não têm
efetivo nexo de causalidade com o acidente”.
A Samarco informou,
por meio de nota, que não concorda com o indiciamento de profissionais
da empresa pela PF. Segundo a mineradora, até o momento “não há uma
conclusão pericial técnica das causas do acidente”.
Os indiciados
estão sendo acusados pelo crime de poluir causando danos à saúde
humana, a morte de animais e a destruição da flora, previsto no Artigo
54 da Lei de Crimes Ambientais, entre outras infrações. A pena para esse
delito é reclusão de seis meses a cinco anos, além do pagamento de
multa.
O colapso da barragem de Fundão no dia 5 de novembro, em
Mariana (MG), causou a morte de 17 pessoas, devastou municípios,
prejudicou o abastecimento de água em dezenas de cidades e continua
causando impactos ambientais graves no Rio Doce e no oceano.
A VogBR disse que a empresa vai aguardar o comunicado oficial da PF para se pronunciar.