Segunda, 5 de setembro de 2016
André Richter - da Agência Brasil
O juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sérgio
Moro, disse hoje (5) que a nova prisão do ex-presidente da construtora
OAS, Léo Pinheiro, não tem relação com a suspensão das negociações do
acordo de delação premiada na Operação Lava Jato.
Na decisão em
que autorizou a medida, Moro afirmou que a prisão “nada afeta essa
questão e eventual retomada da negociação”. O empreiteiro foi preso
hoje, pela segunda vez na Lava Jato, em São Paulo, e transferido para a
carceragem da Polícia Federal em Curitiba.
No despacho, Moro
também explicou que o pedido de prisão de Léo Pinheiro foi feito em
março e que demorou para tomar a decisão para aguardar o andamento das
investigações.
No processo em que a prisão foi cumprida, Pinheiro
responde pelo crime de corrupção, pela suspeita de pagar propina ao
ex-senador Gim Argello para barrar as investigações da extinta CPI da
Petrobras.
“No
evoluir da instrução, porém, surgiram elementos, em cognição sumária,
no sentido da ocorrência de crime de corrupção passiva e ativa, como os
já apontados, tornando mais evidente o risco à regular apuração das
responsabilidades do acusado”, justificou o juiz.
O empreiteiro
também responde pela suposta participação do esquema de cartel de
empreiteiras na Petrobras e por, supostamente, beneficiar o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do tríplex e do sítio em
Atibaia.
Delação
No mês passado, a
Procuradoria-Geral da República (PGR) suspendeu a negociação para que o
acordo de delação premiada fosse fechado com Léo Pinheiro e executivos
da empreiteira. A medida foi tomada pelo procurador-geral, Rodrigo
Janot, após reportagem da Revista Veja, que informou sobre uma suposta citação ao ministro do STF Dias Toffoli.
Após
a divulgação da publicação, Janot afirmou que a citação jamais existiu.
Segundo o procurador, existe uma “pressão externa” para forçar a aceitação do acordo.
Além
do mandado de prisão, Léo Pinheiro foi alvo nesta segunda-feira de um
mandado de condução coercitiva na Operação Greenfield, que investiga fraudes em fundos de pensão.