Quinta, 7 de junho de 2012
Governo rompe contrato com a companhia ligada a
Carlinhos Cachoeira. Assessores do petista teriam recebido propina para
favorecer empresa
Por Gabriel Castro
Preparando terreno para o depoimento de Agnelo Queiroz à CPI do
Cachoeira, na quarta-feira, o governo do Distrito Federal anunciou o
rompimento do contrato que mantém com a empresa Delta, ligada ao esquema
do contraventor Carlinhos Cachoeira. A companhia é uma das responsáveis
pela coleta de lixo da capital federal. Só em 2012, recebeu mais de 27
milhões de reais pelo serviço.
O secretário de Transparência do governo, Carlos Higino, afirma que a
decisão foi tomada após uma detalhada auditoria que detectou
ilegalidades na prestação do serviço de coleta de lixo, prestado pela
Delta: "Nossa auditoria constatou irregularidades na pesagem do lixo e a
falta de rigor na fiscalização do governo passado, o que torna difícil
descobrir onde está o erro". O rompimento do contrato com a Delta deve
estar concluído na semana que vem.
Asessores diretos de Agnelo foram flagrados em conversas telefônicas
que insinuam o pagamento de propina para a manutenção do contrato com a
Delta e a nomeação de um aliado da quadrilha no comando do Serviço de
Limpeza Urbana (SLU). O chefe de gabinete de Agnelo, Cláudio Monteiro, e
o subsecretário João Carlos Feitoza, o Zunga, foram demitidos na
esteira do escândalo. Mas negam participação em um esquema de corrupção.
A decisão de romper o contrato tenta reforçar o discurso de defesa do
governador. Agnelo vem alegando que o contrato com a Delta já estava em
vigor quando ele assumiu o cargo e sofreu uma revisão sob seu comando.
Além de problemas na execução do contrato, a companhia era questionada
por ter apresentado um atestado de capacidade técnica inválido para
participar da licitação que venceu em Brasília.
Fonte: Veja Online