Segunda, 18 de junho de 2012
Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Na noite de hoje (18), estudantes da Universidade Federal
de São Paulo (Unifesp) fizeram um ato público no vão livre do Museu de
Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, em São Paulo. O objetivo
era manifestar apoio aos 22 alunos do campus da Unifesp em Guarulhos (SP) que foram detidos na última quinta-feira (14)
por danos ao patrimônio público, constrangimento ilegal e formação de
quadrilha e pedir a renúncia do diretor acadêmico da Unifesp de
Guarulhos, Marcos Cezar de Freitas. A polícia calculou a presença de 150
estudantes. A organização do movimento estimou a presença de 400
alunos.
Os estudantes da Unifesp de Guarulhos, que pedem por melhor
infraestrutura na unidade, estão em greve há 87 dias. Eles dizem que não
há salas suficientes no campus, falta moradia e restaurante
universitário. A proposta dos estudantes, para ser resolvida em curto
prazo, é que seja alugado um prédio ao lado do campus para que as aulas possam ocorrer até que seja construída uma nova unidade.
“O campus de Guarulhos é o mais atrasado de toda a expansão. Não temos salas. [O ato] é para expor os problemas do nosso campus”, disse Michael Melchiori, estudante do curso de filosofia e um dos organizadores da manifestação.
A caminhada dos estudantes pela Avenida Paulista começou por volta das
18h, partindo do Masp, passando pela Praça do Ciclista (próximo à Rua da
Consolação) e retornando ao museu por volta das 19h30. Durante todo o
trajeto, os estudantes cantaram músicas de protesto e exibiram faixas
pedindo a saída do diretor do campus de Guarulhos. À frente do
grupo, os estudantes que foram detidos na semana passada e soltos na
última sexta-feira (15) fizeram a caminhada de mãos dadas.
Bruno Atanásio, estudante de ciências sociais, foi um dos detidos pela
polícia na semana passada. Ele relatou não ter sofrido agressão policial
durante a ação, mas reclamou que, ao contrário do que foi informado
pela reitoria, os alunos não depredaram o campus antes da chegada dos policiais.
“A polícia usou indevidamente a força. Foi desnecessário”, reclamou. “A
gente não tinha quebrado nada. No vídeo [sobre a manifestação ocorrida
no campus que foi divulgado semana passada por meio das redes
sociais] é possível ver que a diretoria acadêmica estava intacta”, disse
Atanásio.
No trajeto, os estudantes ocuparam duas faixas da Avenida Paulista,
prejudicando o trânsito na região. De acordo com o major da Polícia
Militar, Edenilson Accarini, um estudante foi detido durante a caminhada
por fumar um cigarro de maconha. O estudante foi encaminhado ao 8º
Distrito Policial.
“Em princípio, a caminhada foi pacífica, porém com bastante prejuízo ao
trânsito da cidade”, disse. O major pretende encaminhar uma
representação ao Ministério Público de São Paulo por causa dos prejuízos
provocados ao trânsito. “Faremos uma representação ao Ministério
Público para verificar, junto aos diretórios acadêmicos, a
responsabilidade por causar tamanho prejuízo para a cidade de São
Paulo”, disse.
A Unifesp foi procurada após o término da passeata para comentar a manifestação, mas não havia ninguém na instituição para falar sobre o assunto.