Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Provas de corrupção da companheira Rose continuam se acumulando no desenrolar da Operação Porto Seguro

Sexta, 14 de dezembro de 2012
Carlos Newton
As denúncias se multiplicam sobre a companheira Rosemary Noronha, ex-chefe do Gabinete da Presidência da República em São Paulo e protegida do ex-presidente Lula, digamos assim. Agora é Folha de S. Paulo que traz mais uma embaraçosa notícia, revelando que Rose pagou com dinheiro vivo o apartamento onde mora na Bela Vista, em São Paulo.
Segundo a escritura da negociação, lavrada no 22º Tabelião de Notas de São Paulo, o valor declarado do imóvel foi de R$ 250 mil, dos quais R$ 211 mil pagos em espécie. A escritura foi lavrada em 11 de junho de 2010.

A cobertura é o terceiro imóvel comprado por Rose desde 2008, conforme certidões obtidas pela Folha. Os demais são um apartamento de R$ 90 mil em Santos (SP) e outro imóvel na Mooca, zona leste de São Paulo, no valor de R$ 155 mil. Diz a reportagem da Folha que, de acordo com o relato de uma pessoa que participou da transação, Rose carregou em sacos de supermercado o dinheiro para quitar o negócio.

Um dos desdobramentos da Operação Porto Seguro, que indiciou Rose por corrupção e formação de quadrilha, será a investigação de eventual lavagem de dinheiro obtido com supostos esquemas de corrupção. Porém, como os imóveis estão em nome dela, esse tipo de crime não ficaria configurado.

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UMA PROVA FATAL

Ainda na Folha, reportagem de Mario Cesar Carvalho e José Ernesto Credencio mostra que Rosemary Noronha foi indiciada por formação de quadrilha por causa de um documento que a Polícia Federal encontrou na própria Presidência. Trata-se um fax de 2008 enviado à ouvidoria da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquáticos) para tratar dos interesses do ex-senador Gilberto Miranda na ilha das Cabras, em Ilhabela (SP).

Miranda precisava da ajuda de Rose porque havia perdido uma ação na Justiça e teria de deixar a ilha e recuperar o ambiente, o que representaria um prejuízo estimado em pelo menos R$ 10 milhões.

A Polícia Federal diz ter encontrado outros dois indícios de que a então assessora de Lula integrava a quadrilha desbaratada pela Operação Porto Seguro. Num e-mail de 19 de novembro deste ano, quatro dias antes da ação da PF, ela pediu a Paulo Vieira, diretor da Antaq, um empréstimo de “650″ “em dinheiro” para o pagamento de um apartamento. O valor seria de R$ 650 mil, segundo a PF.

Noutro e-mail, ela agradece a Vieira pela compra da “casa de SJC” –a sigla seria São José dos Campos, para instalar um de seus negócios – um curso de línguas.

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EXPLICAÇÃO NECESSÁRIA

Conforme já esclarecemos aqui no Blog, ninguém tem nada a ver com a vida amorosa do ex-presidente Lula – isso é assunto entre ele e a esposa, dona Marisa, que o acompanha na viagem à Europa e ainda não sabe de nada sobre os escândalos revelados pela Operação Porto Seguro.
O que se questiona e esta sendo cobrado ao ex-presidente é o uso da máquina pública para agradar à companheira Rose e dar emprego não somente a ela, mas também à filha, ao ex-marido e ao atual, além de contratar para importantes cargos do governo quem ela indicasse, como foi o caso dos irmãos Vieira, recentemente presos pela Polícia Federal e acabaram estão respondendo a inquérito em liberdade. É isso que se discute, é isso que importa.

Fonte: Tribuna da Internet