Quarta, 1º de outubro de 2014
Jornalista descreve os passos necessários para o Distrito Federal se
tornar um importante polo cultural e turístico
Chico Sant’Anna
O desemprego é uma das principais preocupações dos
eleitores que vão às urnas no dia 5. Em Brasília, essa chaga parece ser
estrutural. Mesmo nos melhores momentos recente do crescimento econômico do
Brasil, o volume de desempregados não ficou longe da casa das 200 mil pessoas.
Na história da capital, as políticas econômicas e de geração de empregos sempre
ficaram no binômio serviço público e distribuição de lotes para pequenos e
médios empresários. É chegada a hora de se criar uma nova proposta de
crescimento econômico, sustentável e capaz de se adequar às condições ambientais
do Distrito Federal.
Brasília tem que se espelhar em cidades como Paris e
Washington. Investir na economia sustentável. Produção de conhecimento, turismo
e cultura são as melhores opções. Temos uma elevada concentração de produtores
culturais – artistas, jornalistas, cineastas, vídeo makers, produtores de vídeo
games, escritores… A cidade poderia ser um polo de produtos culturais, se aqui
houvesse uma política editorial pública.
Uma das vocações de Brasília é melhorar explorar a
indústria do saber e, nesse campo, a comunicação e a cultura se apresentam com
grandes potenciais. Brasília possui a maior concentração per capita de
jornalistas, proporcionalmente à população. A cada semestre, centenas de
jornalistas, publicitários, relações públicas, produtores de rádio, cinema e TV
se formam nas faculdades da cidade. Isso, sem contar com os que vêm de fora
para tentar a vida na capital.
O polo de cinema está abandonado e a nossa imprensa é
frágil. Temos menos veículos do várias outras cidades com menor poder aquisitivo.
A imprensa das cidades do DF, a webimprensa e também as rádios comunitárias não
podem ficar sem apoio. Elas são importantes para a democratização da informação
e também na geração de emprego e renda.