Sábado,
16 de maio de 2015
Da Veja
Por: Rodrigo Rangel e Hugo Marques
O doleiro Alberto
Youssef em maio de 2014, quando encontrou uma escuta escondida no teto de sua
cela na carceragem da PF em Curitiba: sabotagem ou negligência?(Reprodução/VEJA)
Um exército de advogados dos maiores e mais conceituados
escritórios do país há mais de um ano esquadrinha os processos da Operação
Lava-Jato em busca de algo que possa ser usado na Justiça para tentar
questionar a validade das investigações sobre o maior escândalo de corrupção da
história do país. É a única chance que os advogados têm de livrar da punição
exemplar seus clientes, empreiteiros, políticos e funcionários públicos
corruptos, que desviaram mais de 6 bilhões de reais dos cofres da Petrobras. É
também a última esperança de proteger a identidade dos mentores e principais
beneficiários do esquema que usou o dinheiro dos brasileiros para enriquecer e
comprar o poder. Até hoje o Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de
Justiça rejeitaram todas as incursões nessa direção. Na semana passada, o
empresário Ricardo Pessoa, apontado como o chefe do clube das empreiteiras
envolvidas, assinou um acordo de delação premiada, confessou sua participação
no crime e se comprometeu a contar o que sabe - e o que ele sabe implica no
caso o ex-presidente Lula, a campanha da presidente Dilma e alguns de seus
principais assessores. A colaboração de Pessoa levará os policiais e os
procuradores à derradeira fase da investigação, ao iluminar o caminho completo
trilhado pelo dinheiro roubado e permitir que se rastreie com precisão a cadeia
de comando. De onde menos se esperaria, surge agora uma incursão que pretende
pôr tudo isso a perder. Leia mais