FBI: investigação é apenas o começo contra corrupção no futebol
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Leandra Felipe – Corresponde da Agência Brasil/EBC
O FBI – a Polícia Federal dos Estados Unidos –
investiga um esquema de suborno sobre as escolhas das Copas do Mundo
realizadas na África do Sul, em 2010, e a do Brasil, em 2014. A
procuradora-geral dos Estados Unidos, Loretta Lynch, não deu detalhes
sobre a escolha do Brasil como sede, mas disse que as investigações
apontam o pagamento de suborno e de propina em negociações de grandes
campeonatos nos últimos 24 anos. Os valores ultrapassam U$ 150 milhões.
“Em
2004, começou a campanha para a escolha da sede do Mundial de 2010, que
acabou por ser atribuído à África do Sul, a primeira vez que o
continente africano acolhia o torneio. Até para este evento histórico,
dirigentes da Fifa e outros corromperam todo o processo recorrendo a
subornos para influenciar a escolha do anfitrião”, denunciou Loretta
Lynch.
Sobre a Copa de 2010, o Departamento de Justiça dos
Estados Unidos afirmou que investiga 25 oficiais da FIFA e um
funcionário do comitê da Copa do Mundo da África do Sul. Mas, também,
estão sendo investigadas pessoas e entidades de outros países que
participaram nas negociações deste mundial e de outros.
Saiba Mais
Em
tom mais agressivo, Richard Weber, diretor do Internal Revenue Service
(IRS), equivalente à Receita Federal dos Estados Unidos, definiu o
torneio da Copa do Mundo como “fraude" e disse que a Fifa "levou cartão
vermelho".
Nove dirigentes ou ex-dirigentes e cinco parceiros da
Fifa foram indiciados pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos,
acusados de conspiração e corrupção desde 1991.
Entre os acusados
estão Jack Warner, antigo presidente da Confederação Norte-Americana de
Futebol (Concacaf); dois vice-presidentes da Fifa; o uruguaio Eugenio
Figueredo; e Jeffrey Webb, das Ilhas Cayman, assim como o paraguaio
Nicolás Leoz, ex-presidente da Confederação da América do Sul
(Conmebol).
Os
outros dirigentes indiciados são o brasileiro José Maria Marín, o
costa-riquenho Eduardo Li, o nicaraguense Júlio Rocha, o venezuelano
Rafael Esquivel e Costas Takkas, das Ilhas Cayman.