Segunda, 25 de maio de 2015
Do Sinpro/DF
Por Maria Carla
A deputada distrital Sandra Faraj (SD –
Solidariedade) mandou a segurança da Câmara Legislativa expulsar, na
noite desta segunda-feira (25), professores e professoras que
acompanhavam, na Galeria Jorge Cauhy, a audiência pública sobre o
Projeto de Lei da Mordaça e protestaram contra o projeto.
Assim que a sessão foi iniciada, houve um pequeno intervalo a pedido
da deputada, autora do projeto de lei, em razão da manifestação
contrária dos (as) docentes.
Ela não aceitou os protestos e determinou aos seguranças da Casa
expulsarem os manifestantes. Houve empurra-empurra, seguranças agrediram
professores (as). A diretoria colegiada do Sinpro-DF lamenta o
ocorrido e afirma estar preocupada com a avalanche de agressões
contra professores e professoras que vêm ocorrendo em todo o país, como
aconteceu no Paraná e em São Paulo recentemente, bem como com a
criminalização da livre manifestação de opinião, sobretudo na Câmara
Legislativa: a Casa do Povo.
A
diretoria ressalta que essa é a primeira primeira vez na história da
Câmara Legislativa que professores e professoras foram impedidos (as) de
acompanhar de perto questões de interesse da categoria em discussão na
audiência pública e são expulsos (as) do recinto.
E também é primeira vez que professores e professoras são agredidos
(as) pela segurança da Câmara Legislativa por se manifestarem
contrários (as) aos interesses privatistas de alguns deputados.
O Projeto de Lei 01/2015, de autoria da deputada Sandra Faraj, que
tramita na Câmara Legislativa, em consonância com o PL 867/2015, que
tramita na Câmara Federal e é de autoria do deputado Izalci, representa
uma afronta ao trabalho dos professores e professoras em sala de aula,
além de profundo desrespeito e até desprezo pela nossa categoria.
A deputada quer instituir a perseguição político-profissional no
Distrito Federal. Ao referir-se a educadores e educadoras como entes
potencialmente nocivos, que utilizam de sua suposta autoridade para
manipular, doutrinar e induzir crianças e adolescentes a determinados
rumos de pensamento, ambos os parlamentares mostram seu profundo
desconhecimento dos processos pedagógicos, do dia-a-dia das escolas e da
rotina dos professores(as).
Mostram também seu desapreço pela democracia tão duramente
conquistada pelo povo brasileiro, ao sugerir a censura de conteúdos e a
fiscalização da liberdade de ensinar, retomando práticas autoritárias
características dos períodos ditatoriais que este país infelizmente
conheceu.
Com o PL da Mordaça, os professores e professoras ficam ameaçados de
censura; de humilhação pública, por meio da fixação de cartazes que
explicitariam a cassação de sua liberdade de ensinar; e até de
responsabilização pela ação de terceiros em sala de aula.