Ivan Richard
- Repórter da Agência Brasil
Edição: Marcos Chagas
A Polícia Federal (PF) prendeu hoje (28), em flagrante, por
associação criminosa cinco empresários, entre eles, o ex-assessor do Ministério
da Cidades Marcier Trombiere; Benedito de Oliveira Neto, conhecido como Bené e
dono da Gráfica Brasil; Pedro Augusto de Medeiros, apontado como laranja de
Benedito; e Victor Nicolato, sócio de Benedito. As prisões ocorreram em Brasília
como parte da Operação Acrônimo, deflagrada nesta sexta-feira pela PF no
Distrito Federal, em Goiás, Minas Gerais e no Rio Grande do Sul com objetivo de
desarticular um esquema de lavagem de dinheiro. Quatro foram detidos por
associação criminosa e um por posse ilegal de arma.
Ambos haviam sido detidos pela PF em outubro do ano passado
quando agentes apreenderam R$ 113 mil em uma aeronave que chegava ao Aeroporto
Internacional de Brasília Juscelino Kubitscheck. A ação deu início a Operação
Acrônimo. No ano passado, Bené atuou na campanha do então candidato e atual
governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel.
Segundo o delegado Dennis Kali, responsável pela operação,
até o momento, o governador petista não é alvo da investigação.
De acordo com a PF, também foram apreendidos hoje R$ 100
mil, US$ 5 mil, 12 carros de luxo e um avião bimotor avaliado em mais de R$ 2
milhões. Somente duas das 30 empresas usadas no esquema tiveram evolução no
faturamento de R$ 400 mil, em 2005, para mais de 500 milhões, no final de 2014,
em contratos com órgãos públicos federais, informou a Polícia Federal.
Conforme as investigações, o grupo emitia notas fiscais com
sobrepreço ou para serviços não executados. “Sabemos que houve sobrepreço,
inexecução dos contratos e desvio do recurso publico. O objetivo agora é
identificar para onde foram esses recursos e para quem”, disse Kali.
O delegado acrescentou que, com o cumprimento dos 90
mandados de busca e apreensão, seis em Minas Gerais, sete no Rio Grande do Sul
e 75 no Distrito Federal, será possível confirmar a participação dos principais
suspeitos na operação.
Para tentar ocultar a origem dos recursos, os suspeitos
usavam laranjas e empregavam uma técnica conhecida como smurffing, que
consiste no fracionando de valores para disfarçar e dificultar a identificação
de grandes movimentações bancárias.
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