Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sábado, 23 de maio de 2015

Ninguém quer o HSBC do Brasil. Oficial: Cortados quase 70 bilhões

Sábado, 23 de maio de 2015
Da Tribuna da Imprensa
Hélio Fernandes
Há anos (dezenas) se discute e se exige a reforma política-partidária. Há anos (dezenas) essa reforma está engavetada na Câmara e no Senado. Parece contradição ou incompreensão. É apenas impossibilidade, pois a reforma é monopólio de deputados e senadores. Feita com dignidade, responsabilidade e espírito público, atingiria os privilégios e as mordomias desses mesmos parlamentares.

Quanto recebe mensal ou anualmente um deputado ou senador? Pelo menos umas três ou quatro vezes o limite constitucional, que é o que recebe um Ministro do Supremo.
Agora tratam de transformar o espaço da Câmara e do Senado num Super Shopping Center, com mais gabinetes, outros anexos. Eduardo Cunha, o planejador de tudo isso, pode dizer: “Na campanha para a presidência da Câmara, essa era uma exigência e um compromisso meu”. “E não sou homem de faltar com a palavra”.
É também uma ponte para Eduardo Cunha tentar aprovar a emenda prorrogando seu mandato. Se não prorrogar, será difícil conseguir seu objetivo em 18 meses.
A favor do contribuinte, existe a esperança da Lava-jato. Por enquanto está apenas sendo investigado. Pode ser que as coisas andem precisamente o espaço de um Shopping.
O mais competente e veemente protesto de rua, com liderança expressa, de junho de 2013, está completando dois anos. Diante do congresso, retumbaram: “Vocês não nos representam”. Infelizmente, houve a constatação, faltou a contestação.
HSBC
O banco da Suíça, especializado em contas de clientes que sonegam impostos dos mais variados países foi enquadrado de forma irrefutável pelo grupo de jornalistas investigativos, que descobriu e revelou portentosas bandalheiras financeiras.
O HSBC tentou fugir da ligação com o banco da suíça, fingiu que explicava; “Não temos relação com esse banco estrangeiro”. Não convenceu ninguém, perguntavam: “Então por que usam o mesmo nome?”. Em grandes dificuldades, colocou o HSBC à venda, até agora não apareceu nenhum comprador.
PS- Ontem, bem ao fim do prazo, o governo anunciou o corte do orçamento, também chamado de ajuste fiscal. O esperado era de 70 bilhões, o anunciado 69,946 milhões O governo considera positivo e otimista o fato de ter cortado menos 54 milhões.
PS2- Quem fez o anúncio foi o Ministro do Planejamento, (supostamente substituto, como comentei quando Levy foi feito Ministro da Fazenda) que entrou antes das perguntas, falou 22 minutos.
PS3- Foi triunfante, usou 9 vezes a expressão, "macroeconômico”, disse textualmente, “ainda no segundo semestre retomaremos o crescimento”. Exagero evidente.
PS4- Dona Dilma, que ouvia a entrevista, gostou, disse isso a ele, quase que imediatamente Na verdade, é uma tentativa de recuperar agora, o que gastou indevidamente antes.
PS5- Nelson Barbosa afirmou, “47 por cento desses quase 70 BI, sairão do PAC e de emendas impositivas, o Minha Casa, Minha Vida, Será totalmente preservado”. Depois retificou, perderá 5 bilhões.