Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

domingo, 24 de maio de 2015

O grupo que inventou uma estatal e deu o golpe na Praça dos três Poderes

Domingo, 24 de maio de 2015
Da Revista Época 

A Polícia Federal investiga uma turma de golpistas, entre eles um político petista, que inventou uma autarquia, deu prejuízo a investidores e enganou até o ex-presidente da Câmara dos EUA
 
FILIPE COUTINHO E THIAGO BRONZATTO — Revista Época

A página 161 do Diário Oficial da União de 15 de maio de 2012 anunciava um projeto ambicioso: a fabricação de lâmpadas LED para instalação em 5.566 cidades do país. Ao custo de R$ 3,7 bilhões, o tal projeto fazia parte do pomposo Programa Governamental Brasileiro de Modernização e Racionalização da Iluminação Pública. O Diário Oficial informava que a contratação ficaria a cargo da Agência Pública Nacional de Infraestrutura e Tecnologia, ou Proinfra. Na terra da burocracia, um troço chamado Proinfra não poderia ser empulhação. Com sede próxima à Esplanada dos Ministérios, a Proinfra tinha nome de estatal, site de estatal, brasão de estatal, jeito de estatal – mas não era estatal. Era uma invenção de espertalhões para dar golpes na Praça dos Três Poderes.
ROTEIRISTA O petista Carlos Rigonato (acima) com a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). Abaixo, publicação sobre a falsa autarquia no Diário Oficial. Gleisi, ao que tudo indica, não sabia nem participava do esquema (Foto: reprodução)
Publicação sobre a falsa autarquia no Diário Oficial. Gleisi, ao que tudo indica, não sabia nem participava do esquema (Foto: reprodução)
Quem tramou o embuste? O obscuro empresário pernambucano Roberto Oliveira, que escalou como “diretor-geral” o petista Carlos Rigonato, um ex-candidato a deputado federal no Paraná. Em 2011, no início do governo Dilma Rousseff, eles conseguiram registrar o site da Proinfra com terminação “.gov.br”, passaram a publicar contratos grandiosos no Diário Oficial da União e a exibir uma certidão de bons negócios emitida pela Caixa Econômica Federal. As paredes do escritório da Proinfra ostentavam os pequenos toques que anulavam qualquer dúvida: uma foto oficial da presidente Dilma Rousseff e a bandeira do Brasil. A Proinfra tinha até CNPJ, mas não existia. Nunca existiu – ao menos como parte da burocracia do governo. Após anos enganando empresários que acreditavam fazer negócios com o governo brasileiro, a turma da Proinfra finalmente virou caso de polícia. A Polícia Federal abriu inquérito para investigar o esquema.

Leia a íntegra em:
http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2015/05/o-grupo-que-inventou-uma-estatal-e-deu-o-golpe-na-praca-dos-tres-poderes.html