Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 6 de maio de 2015

O totem dos pés de barro

Quarta, 6 de maio de 2015
Do Blog Por Escrito, do jornalista baiano Luís Augusto Gomes, sobre o pronunciamento de Lula ontem no programa do PT em rede nacional de Rádio e TV.
É difícil esquecer o ex-presidente Lula – especialmente depois que ele meteu a cara num programa eleitoral do PT para novas demagogias – porque se trata de um farsante que tem de ser continuamente desmistificado.
Foi crime de lesa-pátria o supremo sacrilégio de transmitir à juventude brasileira uma esperança que sabia falsa, e isso, entre outras coisas, para jogar para cima, literalmente, as propostas do ministro Cristovam Buarque para a educação.
O projeto de terceirização, que é um ataque da elite dominante à legislação trabalhista, caiu como a luva possível no momento para que Lula voltasse a campo na “defesa dos oprimidos”.
Na TV, recheou o discurso com conquistas sociais como a jornada de oito horas, as férias, o 13º salário e a aposentadoria, que nada têm a ver com ele ou o PT, ao contrário, fazem parte de um acervo que o partido repudiava por ser uma prova de que, antes dele, havia vida inteligente no país.
“Não podemos permitir que essa história ande para trás (...) Esse projeto faz o Brasil voltar ao começo do século passado, o tempo em que o trabalhador era um cidadão de terceira classe, sem diretos, sem garantias, sem dignidade”, aproveitou-se Lula.
Chega de fantasia. É inaceitável que, enquanto a nação se debate de incerteza e vergonha ante o descalabro promovido na Petrobras, em que, se não tem culpa, pelo menos tem grande responsabilidade, esse cidadão se apresente ao Brasil como uma opção para o futuro.