Do Blog Por Escrito, do jornalista baiano Luís Augusto
Gomes, sobre o pronunciamento de Lula ontem no programa do PT em rede nacional de Rádio e TV.
É difícil esquecer o ex-presidente Lula – especialmente
depois que ele meteu a cara num programa eleitoral do PT para novas demagogias
– porque se trata de um farsante que tem de ser continuamente desmistificado.
Foi crime de lesa-pátria o supremo sacrilégio de
transmitir à juventude brasileira uma esperança que sabia falsa, e isso, entre
outras coisas, para jogar para cima, literalmente, as propostas do ministro
Cristovam Buarque para a educação.
O projeto de terceirização, que é um ataque da elite
dominante à legislação trabalhista, caiu como a luva possível no momento para
que Lula voltasse a campo na “defesa dos oprimidos”.
Na TV, recheou o discurso com conquistas sociais como a
jornada de oito horas, as férias, o 13º salário e a aposentadoria, que nada têm
a ver com ele ou o PT, ao contrário, fazem parte de um acervo que o partido
repudiava por ser uma prova de que, antes dele, havia vida inteligente no país.
“Não podemos permitir que essa história ande para trás
(...) Esse projeto faz o Brasil voltar ao começo do século passado, o tempo em
que o trabalhador era um cidadão de terceira classe, sem diretos, sem
garantias, sem dignidade”, aproveitou-se Lula.
Chega de fantasia. É inaceitável que, enquanto a nação se
debate de incerteza e vergonha ante o descalabro promovido na Petrobras, em
que, se não tem culpa, pelo menos tem grande responsabilidade, esse cidadão se
apresente ao Brasil como uma opção para o futuro.