Da Tribuna da Imprensa
Helio Fernandes
[Clique na imagem para ampliá-la]
A dívida brasileira chegou a níveis assustadores,
mas ninguém parece preocupado, ou melhor, assustado. Em 31 de dezembro de 2014,
devíamos dois trilhões, quatrocentos e noventa bilhões de reais. Agora nove
meses depois a divida atingiu dois trilhões, setecentos e setenta bilhões.
Muita gente lembra: os EUA devem duas vezes mais, o
Japão quatro vezes mais. Isso é rigorosamente verdadeiro. Mas não podemos
deixar de acrescentar. Os juros americanos estão entre os menores do mundo
quase zero. Ha praticamente oito anos ameaçam aumentar esses juros, ficam apena
na intenção.
O caso do Japão é mais incomparável em relação ao
Brasil. Os juros japoneses são desta ordem: 0,10 % ou seja, um décimo de um por
cento. Como os juros no Brasil estão em 14,25% ao ano, não precisa muito
esforço para chegar á conclusão: a divida brasileira, custa 145 vezes mais do
que a do Japão.
Os EUA, com os juros baixíssimos que mantém ha
7 anos, financiam sua divida com o desembolso 57 vezes mais baixo do que no
Brasil. É inacreditável mas incontestável. Os juros praticamente
inexistentes, no Japão e EUA, representam investimentos. Os juros
brasileiros, não combatem a inflação, impagáveis, tragédia, calamidade, só
fazem complicar a situação. Teríamos que utilizar para a amortização, mais
de duzentos bilhões de reais por ano.
Como estamos amortizando perto de vinte bilhões por
ano, façam as contas e constatem: fecharemos este ano, perto dos três trilhões.