Terça, 17 de novembro de 2015
Da Agência Câmara Notícias
Em depoimento à CPI do BNDES, Eike Batista nega ter feito pagamento de propina
Luis Macedo / Câmara dos Deputados
Eike Batista depôs por mais de 3 horas, e negou envolvimento com pagamento de propina
Em três horas e meia de depoimento
à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BNDES, o empresário Eike Batista
negou suspeitas de que tenha feito pagamento de propina em troca de contratos
para a fabricação de navios-plataforma para a Petrobras.
A denúncia de pagamento de propina
foi feita pelo empresário Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, um
dos delatores da Operação Lava Jato.
Soares, acusado de ser operador de
propina para empresas contratadas pela Petrobras e agentes políticos, teria mencionado
pagamentos ao empresário José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula que
teria intermediado o negócio.
Na delação, Fernando Baiano falou que
representava a OSX junto à Sete Brasil, contratada pela Petrobras para
construir 18 navios-plataforma e que a propina dizia respeito à subcontratação
da OSX, uma das empresas de Batista.
Ao responder pergunta do deputado
Miguel Haddad (PSDB-SP), o empresário negou ter feito qualquer negócio por
intermédio de Soares. Ele negou ainda ter usado a influência do ex-presidente
Lula e afirmou nunca ter feito qualquer pagamento a Bumlai.
Eike Batista, porém, admitiu conhecer
Soares, que o teria procurado como representante de uma empresa espanhola, a
Dragados, interessado na construção de navios. “Eu tinha 40 bilhões de dólares
para investir. Todo mundo me procurava”, explicou.
“Não houve contrato algum da OSX para
a construção de navios-plataforma e não faz parte da cultura do grupo pagar
esse tipo de comissão”, afirmou Batista.
Influência de políticos
Eike Batista negou ter usado
influência de políticos para fazer negócios. Admitiu, porém, ter emprestado uma
vez seu avião particular ao então governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral e
ter contratado o ex-ministro da casa Civil José Dirceu, em 2008, para intermediar
a construção de uma siderúrgica na Bolívia.
Questionado pelo deputado Jorge Tadeu
Mudalen (DEM-SP), o empresário respondeu que contratou Dirceu por uma quantia
que não sabia precisar, mas que o negócio não foi adiante.
Eike Batista também negou ter obtido
empréstimos junto ao BNDES depois de contribuir para campanhas eleitorais do
PT. “Eu colaborei com todos os partidos, inclusive o PSDB e partidos da
oposição”, disse, ao responder pergunta do deputado Caio Narcio (PSDB-MG).
CONTINUA:
Reportagem
- Antonio Vital
Edição -
Mônica Thaty