Terça, 17 de novembro de 2015
Do MPDF
Até
setembro, a equipe realizava 16 cirurgias por mês. Desde a interrupção,
nenhum procedimento foi feito
A Promotoria de Justiça de Defesa da
Saúde (Prosus) recomendou,
na última quarta-feira, 12 de novembro, que a direção do Hospital de Base
(HBDF) restabeleça imediatamente o funcionamento da unidade de cirurgia de
cabeça e pescoço. Desde setembro, os atendimentos estão suspensos, embora haja,
pelo menos, 170 pacientes com câncer aguardando cirurgia dessa especialidade. A
direção do HBDF tem prazo de cinco dias para informar a Prosus sobre o
cumprimento da recomendação.
A Prosus também requisitou
informações sobre o motivo da interrupção das cirurgias. Para a promotora de
Justiça Marisa Isar, a população não pode ficar sem atendimento. “Em muitos
casos, a cirurgia é parte essencial do tratamento para pacientes com câncer em
estágio avançado e não pode ser adiada”, afirmou.
O Conselho Regional de Medicina
(CRM-DF) havia notificado o
HBDF com um indicativo de interdição ética da unidade de cabeça e pescoço. Esse
procedimento, no entanto, não significa a interrupção das atividades. Segundo
ofício enviado pelo CRM-DF à direção do HBDF, “o trabalho dos médicos não
poderia ser interrompido”. Inclusive, levantamento realizado em outubro pela
coordenação da equipe de cirurgia constatou que havia estoque de material
cirúrgico suficiente para retomar as atividades. Apesar disso, as salas do
centro cirúrgico estão sendo utilizadas apenas para cirurgias de outras
especialidades.
Entenda o caso
Até setembro, a equipe de cabeça e
pescoço tinha à disposição quatro salas de cirurgia por semana, o que permitia
a realização de, no mínimo, 16 cirurgias por mês. Desde que o atendimento foi
interrompido, no entanto, nenhuma cirurgia dessa especialidade foi realizada.