Sexta, 1 de junho de 2012
Da Agência BrasilDébora Zampier, repórter
Os advogados da Delta Construções deram entrada no Supremo
Tribunal Federal (STF) com um mandado de segurança para tentar impedir a
quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico da empreiteira. A
quebra dos sigilos foi aprovada esta semana pela Comissão Parlamentar
Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, que apura denúncias de corrupção
envolvendo o empresário goiano Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos
Cachoeira.
Segundo a defesa da Delta, a CPMI não fundamentou a decisão de violar
os sigilos da empresa. “A citação de reportagens jornalísticas sobre o
suposto crescimento financeiro da empresa Delta, por si só, não é
fundamento para se devassar as ligações telefônicas efetivadas pelos 30
mil funcionários”, argumentam os advogados.
No mandado de segurança, os advogados alegam que o único elo entre
Cachoeira e a construtora encontrado pela CPMI é a filial do
Centro-Oeste, o que não justifica a quebra de sigilo dos dados nacionais
da empresa. Eles também criticam a abrangência do período da devassa
dos dados, de 2002 até hoje, pois acreditam que a única suspeita
apontada pela CPI, a cooptação de dinheiro ilícito para campanha
eleitoral, ocorreu em 2010.
Os advogados pedem decisão liminar devido ao risco de “dano de difícil reparação”. A relatora do caso é a ministra Rosa Weber.