Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Dilma: mais pânico do Mensabras do que do Mensalão. E a economia? E a fala, inesquecível, de Dona Marina

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Segunda, 13 de outubro de 2014
Helio Fernandes — Da Tribuna da Imprensa
Tenta de todas as maneiras jogar para longe seus erros “desadministrativos”, mesmo que tenha que faltar com a verdade. São afirmações as mais contraditórias, preencheriam laudas e mais laudas. Mas algumas são irrespondíveis, não podem ser esquecidas.
Anteontem, textual: “acho estranho e estarrecedor, que façam divulgação sobre esses fatos da Petrobras, em plena campanha eleitoral”. Ora, a Petrobras está no meio de todos os escândalos. Além da corrupção, desmoralização de uma das maiores riquezas do país. Se foi “foi jogado em plena campanha eleitoral” (royalties para ela) com a cumplicidade do seu partido, o PT e o PMDB e PP, companheiros da base nas campanhas de 2006, de 2010 e a de hoje, 2014.
A corrupção da empresa não fica apenas na sede central
A empresa é devastada de todas as formas, modos e maneiras. FHC queria DOAR a Petrobras, começou por acrescentar no final do nome um X, como se fosse uma empresa de Eike Batista. Apavorado com a reação, mudou publicamente de intenção criou os “leilões”, que Dona Dilma combateu como Chefe da Casa Civil, e depois apoiou desabridamente como Ministra das Minas e Energia e ratificou “estranha e estarrecedoramente” (royalties para ela) já presidente da Republica.
Políticos da base devastaram e desmoralizaram a empresa
Nada foi jogado agora, e sim abafado há muito tempo. O formidável escândalo de Pasadena tem Dona Dilma no centro de tudo. Em cargos elevadíssimos antes, e depois no maior de todos, a presidência da Republica. Nos primeiros casos, cumplicidade. Nos outros, autoridade máxima, podia tudo. Como gosta de repetir e plagiar, poderia ter imitado o “presidente” João Figueiredo em 1980.
Recebeu o governo das mãos do “presidente” Geisel, (que para isso teve que “caronear” e passar para a reserva seu próprio Chefe da Casa Militar, General Hugo Abreu) com a recomendação: “Mantenha a ABERTURA de qualquer maneira”.
Figueiredo, (que pelo menos não torturou ninguém) cumpriu, retumbando publicamente: “Quem estiver contra a abertura, eu prendo e arrebento”. Um grupo ficou violentamente contra, não “prendeu e arrebentou”. Teve que ir para Cleveland, fazer um transplante de coração, passou o cargo a um civil, (Aureliano Chaves), a primeira vez que isso aconteceu depois do golpe de 64.
A imprudência e o silêncio de Dona Dilma
Tinha poderes para fazer isso, mas não quis tomar providencias. Os escândalos da Petrobras não vinham ou surgiram com o governo Lula e o de Dona Dilma, mas se agravaram com a cumplicidade do não fazer. Tenho que lembrar o que já disse ao compara-la com o governador Ademar de Barros, glorificado com “o rouba mais faz”. E ela, “não rouba e não faz”.
Qual a diferença entre NÃO ROUBAR, não se beneficiar do roubo ou não usar o recurso da lavagem do dinheiro em contas no exterior? Saber que roubavam muito e não tomar providências? Só no seu primeiro ano no Planalto, Dona Dilma teve que demitir sete Ministros por irregularidades, que repercutiam e assustavam a coletividade?
Disse que era ”uma faxina”. Mas jogou tudo para debaixo do tapete. Substituiu os demitidos por outros indicados pelos mesmos partidos ou legendas. Quem ignorava a fonte que abastecia a Petrobras com nomes e retirava da grande empresa a dignidade e respeitabilidade, indispensável para uma empresa desse porte?
Este é apenas um item condenável na falta de atuação da presidente Dilma, que pretende agora apagar e esquecer tudo para favorecer a vitória da candidata (também Dilma) que viria a ser essa pretendida reeleição? Mais quatro anos de tudo o que aconteceu a partir desde 2010? Catástrofe, desespero, tragédia.
Sem MUDANÇA, sem GOVERNABILIDADE, sem AUTORIDADE, com Pasadena abafada pela refinaria Abreu e Lima. Que de 2 BILHÕES iniciais já está com 20 BILHÕES, e sem que se chegue ás finais.

PS- Ontem, primeiro domingo depois do domingo da eleição. Dona Marina fez sua DECLARAÇÃO (como ela mesma identificou) a respeito da sua posição na disputa do ultimo domingo de outubro, final do segundo turno.
PS2- Belíssima a fala. 9 laudas escritas por ela mesma, intercaladas por improvisos ainda mais esclarecedores sobre seu pensamento, seus compromissos com a BIODIVERSIDADE e a SUSTENTABILIDADE, duas palavras importantíssimas que estiveram ausentes.
PS3- Tranquila, pedindo que estas duas semanas de campanha “sejam sem ataques e sem calunias”, (o que derrubou a sua candidatura) com defesa de programa e compromissos.
PS4- Duas afirmações profundas que merecem aplausos de PE: “Falo em meu nome pessoal, votarei em Aécio e apoiarei sua candidatura”. Nenhuma exigência, apenas colocando em pauta e mostrando ao país, que não está abandonando a posição, nem para um imaginário, concretizado ou suposto troca-troca. Magistral. Mudanças, sim, mas sem concessões espúrias.
PS5-Aplaudiu o fato da família de Eduardo Campos ter recebido Aécio e proclamado ao mundo e ao Brasil que votaria nele. Também de uma sinceridade e grandeza, acima de qualquer suspeição.
PS6- Fez questão de ressaltar e elogiar a convicção da rede, do PSB, dos lideres e partidos que estiveram com ela no primeiro turno, e agora por vontade própria, decidiram votar e fortalecer Aécio.
PS7- Seu discurso foi o melhor do primeiro turno, assim que foi revelado obteve grande repercussão, já é sem contestação o mais elogiado. Ela escrevendo, pensando, se aprofundando, reescrevendo, publicando, não se incomodou que todos fossem se definindo antes dela.
PS8- Para Marina a prioridade não era e não é o ELEITORAL e sim POLÍTICO. É o que vai provocar enorme influencia. Pode ser e é o mesmo: muitos votos de Marina, já foram transferidos para Aécio, e não para o PSDB, como alguns incautos ou ingênuos acreditam.
PS9- Para compreensão correta e eloquente do discurso de Marina, prestar atenção num tópico altamente claro e bem lembrado. Quando ela remete o cidadão à campanha de 2002 entre PSDB no poder e PT, tentando conquista-lo. Ao caso, Marina foi lúcida, corajosa e elucidativa.
PS10- Aécio assistiu a DECLARAÇÃO, da mesma forma que Marina: cercado por participantes e dirigentes da campanha, além de amigos inseparáveis. Ficou satisfeitíssimo com a fala da ex-candidata, pessoalmente e pelo apoio dado por ela, aos companheiros e partidos que fizeram sua campanha.
PS11- A entrada triunfal de Marina ao lado de Aécio, POLITICAMENTE não dá, nem garante a vitória dele. Mas é um reforço substancial. Se Marina tivesse negociado o apoio com exigências e pedidos, teria menos importância. Com esse discurso inesquecível, Aécio chegou ao auge.
PS12- Marina não pode dizer que lamenta ele ser do PSDB. Mas este repórter que tem pelo menos setenta anos de informação e opinião, está na obrigação de dizer: torço pela vitória de Aécio, mas não tenho a menor alegria de ver outra vez no poder, o RETRÓGRADO partido do FHC.
PS13- Em 1980 e 1981, o avô de Aécio, Tancredo Neves era presidente do PP que diziam "não ser partido de oposição". Resolveu então me convidar para disputar o senado pela legenda. Aceitei, Tancredo fez a saudação, com esta frase: "dizem que meu partido não é de oposição, quero ver insistirem, se temos como candidato ao senado, o jornalista que é maior oposicionista da Republica?".
PS14- 33 ou 34 anos depois, apesar de não terem registrado minha candidatura, (a vingança dos golpistas não terminara) continuo mais oposicionista do que antes ou do que nunca