Quinta, 2 de
setembro de 2014
Da Tribuna da Imprensa
Helio Fernandes
Os
números enciclopédicos mas estapafúrdios das pesquisas, são surpreendentes e se
quiserem, até relevantes, mas precisam de confirmação. E no momento é
impossível acreditar (ou até mesmo desacreditar) que uma presidente como Dilma,
sinônimo de fracasso, incompetência, "desadministração" possa
"acumular" essa multidão de votos e de eleitores.
Quem
acreditar nessas expectativas ou pesquisas, não tem mais duvida: vai votar, ou
melhor, apenas referendar o que está escrito nas pedras, completando um roteiro
que ganharia todas as guerras e todas as eleições. Pelo que a televisão impinge
diariamente, perdão, de hora em hora, sair de casa no domingo, "só se der
praia". Votar?
As contradições da campanha
Na
verdade não foi bem "campanha presidencial", e sim uma luta pelo
poder, total destruição principalmente da parte de quem tinha a
"maquina" e não podia deixar de usa-la. Como fez desvairada e desesperadamente
Dona Dilma. Esta atirou para todos os lados, abusando sem constrangimento de
regular certeiramente a portaria, para o coração de Dona Marina.
Pessoalmente, não tenho candidato
Dilma,
Aécio, Marina são personagens que frequentam o meu dia a dia jornalístico, ha
mais de 70 anos. convivi com muitos outros nesse tempo todo, embora como já
lembrei, relembrei, esclareci, não passassem pura e simplesmente de
personagens. Agora, tenho que acompanhar Dilma, Aécio, Marina, sem preferência
ou predileção por nenhum deles.
O
que me interessa é a existência e a predominância do país, do seu povo, dos 204
milhões de cidadãos. Luto para que não repitam a historia de equívocos e
desacertos do passado, que levaram ao desastre econômico, financeiro, administrativo,
e destruíram a democracia.
Por
causa desses erros em 125 anos de Republica. Só tivemos democracia, liberdade e
igualdade em 98 anos desses 125. E assim mesmo, precariamente.
E os
outros 27 foram deliberadamente desperdiçados, na tentativa de recuperar o que
as ditaduras destruíram. Não pretendo contribuir de jeito algum para que este
país que exige mudanças, tenha um presidente-presente governamental tão
desastroso quanto este que Dona Dilma "comanda".
Mas
se 80 por cento dos que respondem afirmam, "queremos mudança, já não
suportamos tanta incompetência", por que votar e fazer voltar por mais
quatro anos, a autora de todo esse fracasso?
E se
combato e condeno o país do "passado", me revolto com a balburdia, o
tumulto, a incerteza, a falta de rumo, de caminho e de projeto que transformou
o Brasil do "presente", por que ajudaria a repetir esse lugar comum
de dezenas de anos? "O Brasil é o país do futuro".
As
três palavras, passado, presente, futuro, transcorreram com descalabros,
desastres administrativos, catástrofes repetidas ou alternadas, como insistir?
nesta republica que não é a dos nossos sonhos, os presidentes que ainda estão
vivos, poderiam recorrer a proposta da DELAÇÃO PREMIADA, praticamente seriam
atendidos.
Oposição, informação, opinião
Foi
a minha vida de jornalista, sempre repórter, colunista, comentarista,
oposicionista, diretor de jornal. Só na tribuna da Imprensa de 1962 a 2008.
Tive que fechar o jornal, respeitei as três palavras, mas não tinha mais como cumpri-las,
não por falta de vontade ou convicção, e sim de recursos.
A experiência e a esperança com JK
No
final de 1954, o governador de Minas, Juscelino me procurou, falou: “Helio sou
candidato a presidente em 1955, queria que você dirigisse a comunicação da
minha campanha”. Antes que eu pudesse responder, completou: ”Helio não temos
dinheiro para nada. Se aceitar, serão apenas dois no comitê, você e o
embaixador Negrão de Lima, presidente”.
Minha
resposta: “Governador, percorrer o Brasil inteiro durante 1 ano, conhecendo
grotões e igarapés, é o melhor pagamento que um jornalista pode pretender”. Fiz
toda a campanha, depois viajei com ele como “presidente eleito e ainda não
empossado”.
Logo,
logo estava na oposição. O que farei com Dilma, Marina e Aécio, enquanto
estiver por aqui.
Dos
três, seja qual deles ocupar o Planalto-Alvorada, minha oposição será eterna,
imortal e duradoura. Mas com muita fé e convicção. Se Dona Marina continuar.
Com ela exageram e exageraram na contradição.
Para
terminar a matéria de hoje, nada melhor do que citar Einstein o maior gênio que
a humanidade produziu, com sua espantosa TEORIA DA RELATIVIDADE, publicada
quando tinha 27 anos. E com ela é fácil explicar o PASSADO, o PRESENTE e o
FUTURO.
Perguntaram
a ele: “Haverá a terceira GUERRA MUNDIAL?”. Resposta: “Se houver, a QUARTA será
com paus e pedras, é o que sobrará”.
Sua
afirmação está completando mais de 100 anos, Einstein, na certa pensava na
reeleição de Dona Dilma.
PS- Fernando Gabeira acertou completamente, na análise e na
definição-identificação da filosofa Marilena Chauí: “Quem não vota no governo
que ela defende, é violento, fascista, ignorante”. Rigorosamente verdadeiro.
PS2- Só vi a filosofa uma vez, em 1987. Fidel castro organizou um
seminário sobre dividas dos países. O representante de Cuba no Brasil me
convidou. Respondi: “Só vou se for para falar”. Consultou seu governo, voltou:
“O senhor falará 12 minutos, como todos os outros”.
PS3- Eram 51 convidados, quase todos do PT, incluindo Lula e a filosofa.
Passagens e estadias garantidas. A Tribuna pagou a minha passagem e meu hotel,
fiquei com os jornalistas Argemiro Ferreira e o comentarista internacional,
Newton Carlos. (Inconfundível, falando ou escrevendo).
PS4- Quando Fidel tomou o poder, havia um bairro NOBILISSIMO,
transformado em “vivendas” para hospedes ilustres. Lula, Marilena Chauí e
outros, ficaram lá os 12 dias do seminário.
PS5- Dos 51 brasileiros, só dois discursaram: Prestes e este
repórter. A filosofa, complacente, ficava olhando com desprezo para os que
participavam.
PS6- Meu constrangimento da época, foi explicitado agora pelo
Gabeira: Ela considera fascista quem discorda de ”suas ideias, Pensamentos e
Sabedoria”.