Sexta, 18 de dezembro de 2015
Andre Richter – Repórter da Agência Brasil
O juiz federal Sérgio Moro negou hoje (18) pedido de liberdade
feito pela defesa do empresário e pecuarista José Carlos Bumlai,
denunciado na terça-feira com mais dez investigados na Operação Passe
Livre, a 21ª fase da Lava Jato, pelos crimes de corrupção e lavagem de
dinheiro.
De acordo com a acusação, Bumlai usou contratos
firmados com a Petrobras para quitar empréstimos com o Banco Schahin.
Segundo os procuradores, depoimentos de investigados que assinaram
acordos de delação premiada revelam que o empréstimo de R$ 12 milhões se
destinava ao PT e foi pago mediante a contratação da Construtora
Schahin como operadora do navio-sonda Vitória 10.000, da Petrobras, em
2009.
Os advogados de Bumlai alegam que não há motivos para que o
empresário continue preso, já que confessou em depoimento à Polícia
Federal que o empréstimo tinha por real destinatário o PT e que a
quitação foi fraudulenta.
Apesar de reconhecer que a confissão
do empresário poderá beneficiá-lo durante o processo, Moro discordou das
alegações da defesa e afirmou que Bumlai ainda apresenta riscos à
investigação penal. "Não há como controlar as atividades do acusado fora
do cárcere considerando que as condutas supostamente delitivas foram
praticadas sub-repticiamente e acobertadas por fraudes ainda não
inteiramente descobertas".
A Schahin diz que o modelo de
contratação dos navios-sonda foi o mesmo praticado pela Petrobras com
todas as concorrentes que prestaram o mesmo serviço. Desde o surgimento
das primeiras denúncias, o PT sustenta que todas as doações obtidas pelo
partido foram feitas de forma legal e declaradas às autoridades.