Do Jornal do Brasil
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciou no início
da noite desta quarta-feira (2), em entrevista coletiva, que abrirá o
processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
O anúncio
será publicado nesta quinta-feira (3) no Diário Oficial legislativo. O
pedido aceito é o protocolado pelos advogados Hélio Bicudo, Miguel Reale
Junior e Janaína Paschoal.
Durante a entrevista, o presidente da
Câmara disse que a motivação não era política, mas de natureza técnica,
baseada nas pedaladas fiscais do governo federal.
O Congresso
Nacional, contudo, aprovava no momento da entrevista de Cunha a meta
fiscal que permite fechar o ano de 2015 com déficit sem incorrer no
crime de responsabilidade fiscal.
Também nesta quarta-feira, os
três deputados petistas que têm assento no Conselho de Ética anunciaram
mais cedo que votarão contra o peemedebista, que enfrenta no órgão
processo de cassação de mandato por quebra de decoro parlamentar.
Fontes
na Câmara afirmaram que Eduardo Cunha recebeu parlamentares da oposição
logo após o anúncio do PT. Os deputados argumentaram que só restava ao
presidente da Câmara anunciar a abertura, já que a derrota no Conselho
de Ética poderia precipitar uma ação conjunta da Procuradoria-Geral da
República e do Supremo, como ocorreu na prisão do senador Delcídio do
Amaral (PT-MS) na semana passada.
Desde que foi eleito, no dia 1º
de fevereiro deste ano, Eduardo Cunha demonstrou perfil diverso do PMDB,
que é base aliada do governo, e fez questão de impor derrotas ao
Planalto. Desde então, o peemedebista vem defendendo veementemente a
ruptura de seu partido com o governo.