Do Blog Náufrago da Utopia
Por Celso Lungaretti
Há
internautas que querem encontrar, em todos e quaisquer posts por eles
lidos, apenas a reiteração de suas opiniões e mais munição
propagandística para fazerem a cabeça alheia.
Então, cada vez que eu aponto aspectos diferentes de questões tratadas
com simplismo e tendenciosidade nas redes sociais, hostilizam-me como a
um herege. E, quando eu lanço um alerta a respeito de algo que quero
evitar, eles, em seu assustador primarismo, acreditam que eu esteja torcendo para que tal coisa aconteça. É de desanimar.
Por que minhas análises costumam ser bem diferentes do ramerrão? Por vários motivos, mas vou citar os principais:
- aos 18 anos, como combatente de uma das principais organizações de resistência à ditadura militar, fui incumbido de criar e chefiar o primeiro serviço de Inteligência da guerrilha brasileira. Até então, como qualquer leitor comum, eu buscava na imprensa apenas as informações, interpretações e opiniões que coincidiam com meus pontos-de-vista. Para bem cumprir a minha nova missão, tive de aprender a acompanhar todo o noticiário e, mesmo nos veículos reacionários por excelência, garimpar informações úteis. Ou seja, a ler criticamente tais veículos e filtrar aquilo que interessava à VPR;
- depois, em 31 anos de exercício do jornalismo profissional, continuei aprimorando-me na arte de entender o inimigo para melhor o combater.
Então, acho hilário comentaristas tentarem me desqualificar porque tenho a Folha de S. Paulo
como uma das minhas principais fontes de informação. Ora, o que, a
partir dela, consigo captar dos bastidores políticos é de valor
inestimável para mim.