Sábado, 11 de outubro de 2014
Helio Fernandes — Tribuna da Imprensa
Quando
o ex-diretor da Petrobras fez a proposta para receber redução da pena, com
confissão do que sabia, o Ministério Público e a Policia Federal, não se
entusiasmaram. O que provocou satisfação nos círculos políticos, principalmente
entre os que conheciam a próprio passado.
Mas
decidiram examinar o que Paulo Roberto tinha a dizer e os documentos que
ratificavam as palavras, aceitaram a proposta. E estão exultantes. O que ele
disse, mostrou e provou, desenvolveram e deram novas dimensões às
investigações.
De
tal maneira, que o ex-diretor está recebendo “a parte que lhe cabe nesse latifúndio”
(João Cabral de Mello Neto) a liberdade. Dependendo de muitas restrições, mas a
liberdade. Está na própria casa, enorme, piscina, os jornalões só falam na
tornozeleira, o mínimo.
No
inicio, quase as mesmas reservas em relação à proposta da “delação premiada” do
doleiro. O Ministério Público nem quis conversar com ele. Admitiram ouvir o
advogado. Não demorou nem meia hora, mudaram de posição.
Neste
inicio de segundo turno, chamo a atenção os depoimentos, por causa de uma
constatação. O ex-diretor acreditava “seria condenado há 40 anos”, como a maior
pena do mensalão do PT. Vai ficar um ano em casa. O doleiro, ainda mais bem
informado e documentado, conta muito mais. E ontem, sexta-feira, falou 5 horas,
estarrecimento e perplexidade.
Essas
duas falas na “delação premiada”, terão importância neste segundo turno
presidencial. Pode ganhar, se empossar, ser diplomado, e ainda responder pelas
acusações. Nesse caso, o pânico é só de Dona Dilma, nada a ver com o
adversário, senador Aécio neves.
PT. PMDB, PP, na “delação premiada”
Agora,
nominalmente esses partidos ou siglas são citados, denunciados,
responsabilizados por parte importantíssima da corrupção na Petrobras. Não se
pode acusar, julgar e condenar legendas. Estas são uma espécie de ”discos
voadores”, aparecem e reaparecem, muita gente garante que viu, outros falam que
ouviram vozes, conversaram.
A
Câmara e o Senado, são comandados pelo que chama "Colégio de
Líderes". Assim mesmo em letras grandes, como eles se consideraram. Nas
votações o que vale é a palavra ou a recomendação desses senhores que dominam
tudo.
Nas
votações em bloco, só esses líderes decidem. Nas nominais, o presidente da
Câmara e do Senado, ligam o painel, e perguntam aos "lideres" como
votam. O que ele disser é a determinação para os representantes (?) dos 32
partidos, que não tem direito da decisão e da convicção.
Esses "líderes" não podem escapar
São
mais de 50 citados, responsabilizados, todos controlando os cargos mais
importantes da Republica. E a resposta de cada um, a mesma coisa: “Não sei de
nada, nunca estive com ex-diretor da Petrobras ou com o Doleiro Youssef".
As legendas já isentas por falta de personalidade. Esses "líderes"
citados, não terão mais impunidade.
Todos
os “lideres” de partidos, principalmente os três citados nominalmente, PMDB,
PT, PP, vieram com a desculpa de sempre: “Não sabemos de nada, ninguém do
partido conversou com o ex-diretor da Petrobras ou com o doleiro, vamos
processa-los civil e profissionalmente”.
Os
membros do Ministério Público e da alta cúpula da Polícia Federal, tranquilos.
Provocados fizeram esta declaração que tem mais autenticidade do que as
mentiras dos acusados: “Não podemos revelar nomes, muitos dos acusados têm foro
privilegiado, só o Supremo pode quebrar esse sigilo”. Está aí a resposta
silenciosa e nada oculta: se têm foro privilegiado, devem ser do primeiríssimo.
A pesquisa inútil e apressada
Datafolha
e Ibope, arrasados e constrangidos, tendo errado tudo no primeiro turno. Saíram
disparados com uma pesquisa que não tem a menor autenticidade ou credibilidade.
E vieram com um “empate técnico” entre Aécio e Dilma, mas com Aécio á frente.
Como é que conseguiram isso, se nem Aécio ou Dilma sabem quem está contra ou a
favor deles?
Desde
a madrugada de domingo para segunda feira, quando os Institutos erraram até a
boca de urna, e Aécio apareceu na frente de Dona Marina, indo para ao segundo
turno, unanimidade dos analistas, comentaristas, especialistas dos dois lados:
“Dona Marina poderá dar a vitória a Aécio. Mas se ficar neutra, como em 2010,
Dona Dilma será reeleita”.
Na
quarta, jornalões e televisões, desinformados, diziam: “Dona Dilma já fechou
com Aécio, vão anunciar o acordo”. Não concordei, no mesmo dia e nos seguintes
quarta e quinta expliquei: “O PSB pode apoiar Aécio, a Rede pode recomenda-lo,
mas sem palavra de Dona Marina, nada feito. E ela tem uma porção de
reivindicações, PROGRAMÁTICAS”.
DECISÃO
de Dona Marina. Podem até se entender. Mas esse tempo de protelação desgasta o
candidato Aécio. Talvez não haja acordo formal, pode ser que concordem com
reticências. Mas os mais de 100 milhões de cidadãos-contribuinte-eleitores,
perceberão: o Barão de Itararé tinha razão quando profetizou: “Existe alguma
coisa no ar e não são os aviões de carreira”.
PS- Esse “46 a 44 a favor de Aécio”, com ressalva do “empate
técnico”, não vale nada. É a tentativa de reabilitação das tolices crassas
exibidas no primeiro turno, do principio ao fim.
PS2- Em muitos lugares, essa afirmação desarvorada dos dois Institutos,
lida e vista com gargalhadas. Na campanha de Dona Dilma, o resultado foi
recebido com satisfação e alegria, nenhuma decepção de surgir no segundo lugar.
PS3- Falta de competência ou inteligência nos quatro anos de
governo de Don Dilma, parece que isso se transferiu para a análise da pesquisa.
O que comentaram: “Se aparecêssemos na frente, a militância já convencida do
favoritismo de Dona Dilma, afrouxaria, deixaria a campanha”. Agora vão se
entregar ao trabalho, com mito mais intensidade.
PS4- Concluindo e desafiando: não existem dados para mais esse
PALPITE dos Institutos. Não se surpreendam com o que foi exibido nesse primeiro
“levantamento”, Dona Dilma ainda tem mais chances. Aécio pode ressurgir e
vencer, precisa de Dona Marina nos palanques e da transferência de votos.