Sábado, 18 de outubro de 2014
Delator diz que
empreiteiras repassaram dinheiro desviado da Petrobras para a campanha
presidencial do PT em 2010 e simularam contribuições legais para ocultar
a fraude
Robson Bonin — Revista Veja edição
Crime perfeito: em depoimentos à Polícia Federal e ao
Ministério Público, o doleiro Alberto Youssef relatou que as “doações
legais” das empreiteiras foram a fórmula criada para esconder a propina
(BG PRESS/VEJA)
Antes de qualquer coisa, fique registrado que a presidente Dilma
Rousseff dá como verdade o que Paulo Roberto Costa, ex-diretor de
Abastecimento da Petrobras, vem revelando à Justiça em seu processo de
delação premiada. Também estejamos todos de acordo que a presidente
aceita como verdadeiras as notícias publicadas pela imprensa sobre o
escândalo do petrolão. Foi com base no que leu sobre um depoimento de
Paulo Roberto Costa no UOL, o site noticioso da Folha de S.Paulo,
que ela fez a seguinte afirmação diante de milhões de brasileiros que
assistiam pelo SBT ao seu debate com Aécio Neves na semana passada:
“Candidato, há pouco saiu no UOL o seguinte: que o ex-diretor da
Petrobras afirmou ao Ministério Público Federal que o ex-presidente do
PSDB Sérgio Guerra recebeu propina para esvaziar uma CPI da Petrobras...
Por isso é que eu digo, candidato, quando a gente verifica que o PSDB
recebeu propina... O que importa, candidato? Importa investigar”.
Agora, leiamos o que Aécio Neves afirmou no mesmo debate sobre o
mesmo escândalo com base nas mesmas fontes que Dilma Rousseff usou:
“Por que o seu partido impediu que o senhor Vaccari (João Vaccari Neto, tesoureiro do PT)
fosse à CPI depor? Ele é responsável por transferir recursos para a sua
campanha... pelo menos 4 milhões de reais foram transferidos, com a
assinatura do senhor Vaccari,... para sua conta de campanha. Vamos
investigar logo”.