Quarta, 23 de setembro de 2015
Daniel Mello — Repórter da Agência Brasil
Militantes
do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) ocuparam na manhã de
hoje (23) o prédio do Ministério da Fazenda na capital paulista. Os
manifestantes começaram a se concentrar por volta das 9h em frente à
Estação da Luz, na região central da cidade. Após uma curta passeata, o
grupo interrompeu o trânsito na Avenida Prestes Maia e tomou as escadas e
o saguão de entrada do edifício.
A ação está sendo coordenada
para ocorrer simultaneamente em outras capitais do país, inclusive em
Brasília, onde ocuparam a sede do Ministério da Fazenda, na Esplanada,
às 9h. Segundo o coordenador nacional do MTST, Guilherme Boulos, o ato é
um protesto contra os cortes de recursos destinados a programas sociais
do governo federal.
“Ocorreram cortes brutais nas áreas sociais,
inclusive de moradia, que ameaçam o Programa Minha Casa, Minha Vida
para 2016. Por conta disso, o MTST resolveu, hoje, fazer uma jornada
contra os cortes. Colocando que, para nós, o ajuste fiscal tem que ser
revolvido taxando o andar de cima, não cortando de quem já não tem”,
disse durante a manifestação.
Do
alto do carro de som, Boulos incentivou os militantes a entrar no
edifício e aproveitar o ar-condicionado. No horário, a temperatura
medida pelo Centro de Gerenciamento de Emergências era de 28 graus
Celsius. De acordo com o coordenador do movimento, os manifestantes
devem permanecer ocupando os prédios até que haja alguma interlocução
com representantes do ministério.
Demanda
A
principal demanda do movimento é a manutenção do ritmo das obras e
contratações do Minha Casa, Minha Vida. De acordo com Boulos, o montante
apresentado no orçamento, de R$ 15 bilhões, permite, além da
continuidade das obras em andamento, a contratação de menos de 200 mil
novas unidades. “A nossa reivindicação mais específica é a garantia de
orçamento para o Minha Casa, Minha Vida 3, com prioridade para os
empreendimentos de entidades.”
Caso não haja avanços na
negociação com o governo, o movimento pretende fazer mais protestos.
“Hoje, é a primeira resposta a esse pacote que foi apresentado. Se o
governo permanecer na sua posição de corte, com o tacão do ajuste fiscal
no lombo dos mais pobres, essa vai ser a primeira de muitas”, disse
Boulos.