Quinta, 3 de setembro de 2015
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Paulo Virgílio - Repórter da Agência Brasil
Uma reflexão sobre as origens do nosso planeta e o futuro reservado a ele é o que propõe a exposição Meteoritos – da Gênese ao Apocalipse,
aberta no final da tarde de hoje (3) no Museu Nacional, na Quinta da
Boa Vista, zona norte do Rio. Com peças do próprio acervo do museu, a
mostra é a mais abrangente já feita sobre o tema e permite ao visitante
aprender sobre a importância desses fragmentos extraterrestres, desde o
surgimento da vida na Terra até a extinção de espécies como os
dinossauros.
O
título da exposição reflete a preocupação da curadoria em explicar não
só o que são os meteoritos mas, também, como eles influenciaram na
formação do Sistema Solar e na origem da vida. O caráter mitológico
dessas pedras que caíram do céu, foram associadas aos deuses e adoradas
como divindades e objetos sagrados, a exemplo da Kaaba dos muçulmanos,
também é destacado na mostra.
“Pelo menos duas datas do
cristianismo, o Natal e a Páscoa, estão associadas a meteoros”, lembra a
curadora da exposição, professora Elizabeth Zucolotto. Na organização
da mostra, ela optou pela interatividade: o visitante pode tocar e até
mesmo tirar uma selfie sentado em meteoritos como o Santa Luzia, encontrado em 1925 em Goiás. O meteorito é um dos destaques da coleção do museu.
“Um
meteorito não é só uma pedra. Tocar nele é tocar num asteróide, num
fragmento de um outro planeta, em algo mais antigo que o nosso planeta”,
ressalta a professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),
à qual o Museu Nacional é vinculado.
A instituição é detentora
da maior coleção de meteoritos do país, com 62 peças. “O mais famoso é o
Bendegó [leia sobre o meteorito], encontrado no sertão da Bahia no século 18. Desde 1888 ele
integra o acervo do museu. Já foi o maior do mundo, mas hoje ocupa a 16ª
posição”, disse Elizabeth Zucolotto.
A exposição coincide com o
6º Encontro Internacional de Meteoritos e Vulcões, também aberto nesta
quinta-feira no museu. O evento reúne especialistas nacionais e
internacionais da área, entre eles o pesquisador Klaus Keil, da
Universidade do Havaí (EUA), considerado um dos maiores cientistas no
estudo da meteorítica. As palestras do encontro prosseguem amanhã (4) no
Instituto de Geociência da UFRJ, no campi da Ilha do Fundão.
Exposição permanente, Meteoritos – da Gênese ao Apocalipse
pode ser visitada de terça-feira a domingo, das 10h às 17h, e nas
segundas-feiras, das 12h às 17h. Os ingressos custam R$ 6, a inteira, e
R$ 3, a meia. Crianças de até 5 anos e portadores de necessidades
especiais têm gratuidade.
O Museu Nacional fica na Quinta da Boa Vista, no bairro de São Cristóvão, zona norte do Rio.