Quinta,
17 de setembro de 2015
André Richter – Repórter da Agência
Brasil
O Colégio de Presidentes das seccionais da Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB) criticou hoje (17) o ministro Gilmar Mendes, do
Supremo Tribunal Federal (STF). Em nota, a entidade lamentou a postura
"grosseira, arbitrária e incorreta" de Mendes, que abandonou a parte
final da sessão de ontem (16), após se desentender com o presidente da Corte,
Ricardo Lewandowski.
Para o conselho, o comportamento do ministro é incompatível com
postura de um magistrado. “Repudia o Colégio de Presidentes os ataques
grosseiros e gratuitos, desprovidos de qualquer prova, evidencia ou base
factual, que o ministro Gilmar Mendes fez à Ordem dos Advogados em seu voto
sobre o investimento empresarial em campanhas eleitorais, voto-vista levado ao
plenário somente um ano e meio depois do pedido de maior tempo para análise”,
diz a nota.
A ordem também afirmou que a entidade nunca se calou e “não
será sequer tisnada [atingida] pela ação de um magistrado que não se fez digno
de seu ofício”. “Enfatizamos que o ato de desrespeito às prerrogativas
profissionais do advogado foi também um ato de agressão à cidadania brasileira
e merece a mais dura e veemente condenação. O ato de abandono do plenário, por
grotesco e deselegante, esse se revelou mais um espasmo autoritário de juízes
que simbolizam um Poder Judiciário desconectado da democracia, perfil que nossa
população, definitivamente, não tolera mais”, completou o colégio.
O PT também foi criticado no voto de Gilmar Mendes e
declarou, por meio de nota divulgada pelo presidente do partido, Rui Falcão,
que vai continuar lutando pelo fim do financiamento privado para campanhas
eleitorais. Falcão considerou lamentáveis as declarações do ministro.
O julgamento sobre o financiamento privado de campanhas
retomado ontem, depois de um ano e cinco meses parado, devido a um pedido de
vista de Gilmar Mendes. Desde então, o placar da votação conta com maioria
contra as doações, posição divergente do ministro.