Vinícius Lisboa - repórter da Agência Brasil
A
organização não governamental Anistia Internacional entregou hoje (8)
ao governo do estado do Rio de Janeiro uma petição contra a violência da
Polícia Militar. O documento recebeu cerca de 60 mil assinaturas e pede
o fim das execuções e a investigação de homicídios decorrentes de
operações policiais.
Para a entrega, ativistas da ONG
foram à porta do Palácio Guanabara, sede do governo, com cartazes que
pediam "não à execução" e traziam o desenho de pés, em referência ao
governador Luiz Fernando Pezão.
A ONG informou que pediu uma
audiência com o governador para entregar a carta. Nesta manhã, Pezão
participou de um evento na Fundação Getulio Vargas, passou pelo Palácio
para o lançamento da campanha estadual de combate ao Aedes aegypti e depois viajou para Brasília, onde terá uma reunião com outros governadores e a presidenta Dilma Rousseff.
"Esperamos
que, no futuro, o governador possa receber a Anistia Internacional para
discutir esse tema tão importante", disse a assessora de Direitos
Humanos da Anistia Internacional, Renata Neder, que protocolou a petição
na sede do governo estadual.
Renata destacou que, entre 2014 e
2015, mais de mil civis morreram em ações da Polícia Militar no estado
do Rio. Segundo ela, a petição traz recomendações para o governo, como a
criação de uma força-tarefa para investigação de todos os casos de
homicídio decorrente de intervenção policial em aberto. "Temos um
passivo de milhares de casos."
A Anistia Internacional também
defendeu que a Divisão de Homicídios passe a investigar os casos
denominados de autos de resistência. Além disso, a ONG pediu que as
famílias das vítimas recebam suporte financeiro e psicossocial e que as
autoridades se manifestem de forma mais clara condenando as execuções.