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(Millôr Fernandes)

terça-feira, 2 de julho de 2013

TCU suspende repasses para unidades modulares de saúde

Terça, 2 de julho de 2013
UPAs e Clínicas da Família. Corte decidiu impedir que Secretaria de Saúde use recursos federais para comprar estruturas pré-fabricadas
O Tribunal de Contas da União suspendeu preventivamente o repasse de recursos federais para o contrato 161/2012 da Secretaria de Saúde, que prevê a aquisição de UMACs (unidades modulares de assistência à cidadania com portabilidade). Orçado em R$ 51,5 milhões, o contrato vinha sendo executado para a compra de estruturas pré-fabricadas onde estão sendo instaladas as Clínicas da Família e as UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento) no DF.
Na decisão, aprovada pelo plenário do TCU, o ministro Walton Alencar Rodrigues acatou os argumentos do Ministério Público de Contas junto ao TCU de que o repasse de recursos públicos federais seria temerário diante dos “indícios de irregularidades” levantados pelos órgãos de fiscalização e controle do DF. ...
“A materialidade do objeto contratual contrasta com a total ausência de justificativa quanto aos valores contratados e com o afastamento da modalidade de licitação indicada ao caso concreto (concorrência)”, escreve o procurador Marinus Marsico na representação em que denunciou o caso à Corte.

Problemas
Os principais questionamentos são a modalidade de concorrência que ensejou o contrato e o valor contratado pelo GDF para o metro quadrado de área construída.
O TCU entende que o GDF recorreu à modalidade de licitação errada ao optar por pregão eletrônico. O certo seria ter aberto uma concorrência pública. “Pretende a Secretaria de Saúde caracterizar a contratação como fornecimento de bens, em detrimento da real natureza do objeto licitado, qual seja, a execução de uma obra”, afirma o ministro Walton Alencar Rodrigues na decisão.
O contrato foi firmado com o preço de R$ 3.480,00 para cada metro quadrado, valor que supera em 236% a quantia estipulada pelo índice de preço da construção civil para obras de alto padrão (R$1.034,90). “A ordem de grandeza da diferença apurada sugere que a construção de alvenaria seria economicamente vantajosa”, afirma o ministro Walton Alencar Rodrigues.
Por Érica Montenegro - Jornal Metro Brasília
Fonte: Blog do Sombra / Jornal Metro Brasília - 02/07/2013