Sexta, 16 de outubro de 2015
André Richter - Repórter da Agência Brasil
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo
Tribunal Federal (STF) o bloqueio e o sequestro de 2,4 milhões de francos
suíços, equivalentes a R$ 9 milhões, atribuídos ao presidente da Câmara dos
Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em contas na Suíça.
A procuradoria aguarda decisão do ministro Teori Zavascki
para garantir o ressarcimento aos cofres públicos, no caso de eventual
condenação de Cunha pelo STF. A PGR pretende investigar se Cunha e sua família
cometeram o crime de evasão de divisas, caracterizado pelo envio ilegal de
dinheiro ao exterior sem declaração à Receita Federal.
Ontem (15), Zavascki abriu inquérito para investigar as
contas atribuídas a Cunha. O pedido de abertura do inquérito, feito pela
PGR, foi baseado em informações prestadas pelo Ministério Público da
Suíça, que identificou quatro contas atribuídas ao presidente da Câmara naquele
país. Para a PGR, além de Cunha, a mulher dele, Claudia Cruz, era uma das
beneficiárias das contas, que movimentaram cerca de US$ 24 milhões.
A suspeita é que os valores são decorrentes de propina
recebida por Cunha em um contrato da Petrobras para exploração de petróleo em
Benin, na África. Segundo a procuradoria, não há dúvidas sobre a titularidade
das contas e da origem dos valores. [http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2015-10/pgr-diz-que-ha-indicios-de-crime-em-contas-atribuidas-cunha-na-suica]
Em nota à imprensa, Cunha reafirmou que não tem contas no
exterior e nunca recebeu “vantagem de qualquer natureza”.
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