André
Richter – Repórter da Agência Brasil
O juiz federal Sérgio Moro condenou hoje (14) o ex-vice
presidente da empreiteira Engevix Gerson Almada a 19 anos de prisão pelos
crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. De acordo com as investigações da
Operação Lava Jato, a empreiteira participou do cartel de licitações em
contratos da estatal.
Na mesma decisão, Moro condenou o doleiro Alberto Youssef e
o ex-diretor da Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. No entanto,
como os dois investigados fizeram acordo de delação, serão beneficiados com
redução de pena.
De acordo com a sentença do juiz, ao contrário do que foi
dito por Almada, ele não foi vítima de extosão. Segundo Moro, os pagamentos de
propina foram efetuados ao doleiro Alberto Yousseff e ao ex-diretor da
Abastecimento da Petrobras mesmo após a saída Costa da Petrobras, em 2012.
"Não só houve pagamentos milionários pela Engevix após
abril de 2012, mas foram inclusive celebrados depois desta data dois dos
contratos de consultoria simulados utilizados para repasse de propinas (em
27/03/2013 e 07/01/2014). Inviável, no contexto, o reconhecimento de que a
Engevix teria sido vítima de extorsão", afirmou o juiz.
Durante a investigação, a defesa de Almada reconheceu que
ele fez pagamentos ao esquema de corrupção na Petrobras. Segundo seus
advogados, ele sofreu ameaças do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo
Roberto Costa, para fazer os pagamentos.
Na mesma sentença, Sergio Moro absolveu três executivos
ligados à Engevix, por falta de provas.