Quarta, 14 de outubro de 2015
Da Agência Lusa
A
Human Rights Watch (HRW) condenou hoje (14) a decisão do governo
israelense de fechar bairros palestinos no leste de Jerusalém,
considerando que afeta a liberdade de movimento sem resolver um problema
específico.
“Fechar os bairros de Jerusalém Leste violará a
liberdade de movimento de todos os palestinos residentes sem ser uma
resposta adequada a uma preocupação específica”, destacou a diretora
para a região da organização internacional de defesa dos direitos
humanos (HRW), Sari Bashi, em comunicado.
Saiba Mais
Para a entidade, os controles de Israel nas entradas desses bairros são “uma receita para o assédio e o abuso”.
O
governo israelense decidiu de madrugada aplicar uma série de médias
preventivas nos bairros do leste de Jerusalém, que Israel ocupa desde
1967, devido à série de violência que atinge a região desde o dia 1º,
quando foram mortos sete israelenses e cerca de 30 palestinos, 11 deles
após cometerem ou tentarem cometer atentados, segundo fontes policiais.
Entre
as medidas mais polêmicas, pela conotação política e em termos dos
direitos civis, estão as de isolar as populações palestinas da parte
oriental da cidade, destruir as casas dos “terroristas” sem permitir que
possam ser reconstruídas e revogar a residência e outros direitos
básicos dos que desfrutam pelo seu estatuto de moradores de Jerusalém.
Segundo o jornal Yediot Aharonot,
16 dos 26 autores dos esfaqueamentos, das agressões e ataques com armas
de fogo dos últimos 14 dias eram do leste de Jerusalém, o que lhes
oferece a possibilidade de se deslocar por todo o território israelense.
O
primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o seu Executivo
ordenaram ainda um aumento do efetivo policial, o reforço, com seis
companhias do Exército, da segurança, bem como a destinação de 80
milhões de shekels (cerca de 18 milhões de euros) para recrutar 300
guardas adicionais para proteger o transporte público em Jerusalém, após
dois ataques em autocarros esta semana.