Quinta, 8 de outubro de 2015
Daniel Mello — Repórter da Agência Brasil
Em
2014, o Brasil registrou 160 mortes violentas intencionais por dia.
Segundo levantamento divulgado hoje (8) pelo Fórum Brasileiro de
Segurança Pública, os homicídios dolosos, latrocínios e as lesões
corporais seguidas de morte somaram 58.559 casos no ano passado. O
número é 4,8% maior do que as 55.878 vítimas registradas em 2013. Com o
aumento, a taxa de mortes violentas no país passou de 27,8 por 100 mil
habitantes para 28,9 para cada grupo de 100 mil pessoas em 2014.
A
maior parte dessas mortes foi enquadrada como homicídio doloso. Foram
53.305 casos no ano passado, com crescimento de 4,26% em relação aos
50.167 crimes do mesmo tipo praticados em 2013. Em seguida, a ação
policial aparece como segunda maior causa de óbitos violentos. Em 2014,
foram mortas por policiais oito pessoas por dia, em um total de 3.022
casos. O número é 37,2% superior às 2.203 mortes causadas pelas forças
de segurança em 2013.
Os roubos seguidos de morte vitimaram 2.061
pessoas em 2014. Em 2013, foram registrados 1.928 latrocínios em todo o
país, além de 1.172 lesões corporais seguidas de morte. O número de
ocorrências desse último crime caiu para 773 casos em 2014. As mortes de
policiais também caíram, de 408 casos, em 2013, para 398, no ano
passado.
Alagoas teve a maior taxa de mortes intencionais por 100
mil habitantes, foram 66,5 em 2014. Entretanto, o número representa
queda de 3,5% em relação à taxa de 2013, quando o estado teve 68,9
mortes por grupo de 100 mil pessoas. Em números absolutos, foram 2.208
casos registrados em 2014, contra 2.273 no ano anterior.
A Bahia
registrou o maior número absoluto de mortes violentas, com 6.265 vítimas
em 2014. Em 2013, o estado teve 6.026 óbitos intencionais. De um ano
para outro, a taxa subiu de 40,1 por 100 mil habitantes para 41,4 casos
para cada 100 mil pessoas.
O Rio de Janeiro foi o segundo estado
em número absoluto de mortes intencionais - 5.714 em 2014 e 5.348 em
2013. A taxa por 100 mil habitantes subiu 6,3%, de 32,7, em 2013, para
34,7, no ano passado.
Apesar de ser o terceiro estado com o maior
número absoluto de vítimas – 5.612 em 2014 – São Paulo tem a menor taxa
de mortalidade violenta intencional por 100 mil habitantes, 12,7. O
número representa crescimento de 1,7% em relação ao índice de 12,5
mortes a cada 100 mil pessoas verificado em 2013. Naquele ano, os
homicídios dolosos, latrocínios, as lesões corporais seguidas de morte e
vítimas de ação policial somaram 5.472 casos. As forças de segurança
paulistas também foram as que mais causaram mortes em 2014 - 965 casos,
com alta de 57,1% em relação às 614 mortes do ano anterior.
O
Fórum Brasileiro de Segurança Pública fez o levantamento com base em
informações disponibilizadas pelas secretarias de Segurança Pública e
Defesa Social em suas páginas oficiais, além de dados obtidos por meio
da Lei de Acesso à Informação.