Sábado, 25 de novembro de 2017
Do Jornal do Brasil
A Procuradoria-Geral da República (PGR) encaminhou ao Ministério
Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denúncia em que a Rede Globo é acusada
de pagamento de propina na compra de direitos de transmissão das Copas
do Mundo de 2026 e 2030, além de jogos da Libertadores e da Copa
Sul-Americana. A procuradoria no Rio vai decidir se abre a denúncia, que
foi apresentada na última quarta-feira (22) pelos partidos PT, PDT e
Psol.
O Grupo Globo foi acusado de pagar propina de US$ 15
milhões, junto com a empresa mexicana Televisa, pelos direitos de
transmissão via TV, rádio e internet das Copas do Mundo. O valor teria
sido depositado no banco Julius Bär, na Suíça.
Em
depoimento sobre o escândalo, Alejandro Burzaco, ex-homem forte da
companhia de marketing argentina Torneos y Competencias SA, menciona 14
vezes o Grupo Globo, perante a juíza Pamela Chen, que comanda o caso no
Tribunal do Brooklyn, em Nova York.
O delator apontou o
presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo del
Nero, como chefe do esquema de corrupção, mesmo na época em que a
entidade era presidida por José Maria Marin.
O PT, PDT e o Psol
também assinaram um documento direcionado ao Conselho Administrativo de
Defesa Econômica (Cade), em que acusam o Grupo Globo de ter ferido a lei
de Defesa da Concorrência no escândalo de corrupção da Fifa.
Defesa
A
TV Globo afirmou à colunista que não pode "comentar sobre o que não
fomos notificados ou oficialmente informados. Mas aproveitamos para
reafirmar o que já dissemos, que o Grupo Globo não pratica nem tolera
qualquer tipo de propina e está sempre à disposição das autoridades".
Quando
o escândalo veio a público, o grupo afirmou em nota que, após "mais de
dois anos de investigação" feita nos EUA, a empresa "não é parte nos
processos que correm na Justiça americana".
O grupo disse ainda
que conduziu "amplas investigações internas" desde que o escândalo da
Fifa foi revelado, em 2015. Ainda segundo o comunicado, foi apurado que o
Grupo Globo "jamais realizou pagamentos que não os previstos no
contrato".