Por
Antilhon Saraiva*
Nós que
somos do Gama, que amamos esta cidade, ficamos tristes, indignados, revoltados
mesmo, em ver o nosso Hospital Regional do Gama (HRG) vivendo na
penúria, sucateado, com restrições e até mesmo fechamento de serviços
fundamentais. Sem médicos, sem enfermeiros, sem técnicos, sem laboratórios
funcionando bem. Sem equipamentos, sem medicamentos, sem roupa lavada, sem nada
praticamente. É de revoltar, sim! É de fazer chorar!
Qual
morador daqui nunca foi socorrido no HRG? Muitos e muitos foram ali salvos da
morte. Quem nunca teve parentes, amigos, vizinhos, atendidos?
Quantos filhos do Gama são filhos também do HRG? Milhares, certamente. Em
média, são de 600 a 700 partos por mês no Centro Obstétrico, filhos, assim, da
nossa cidade. E pasmem! Estão para fechar o Centro Obstétrico que,
desgraçadamente, já funciona com mil dificuldades e carências.
Já
fecharam o Pronto Atendimento Infantil (PAI); praticamente a Pediatria; a UTI
passa meses com leitos bloqueados; pacientes se amontoam pelos corredores; a
água da chuva escorre pelas paredes rachadas (até em áreas recém
reformadas) e pelos dutos de fios elétricos, provocando uma correria
dos dedicados servidores para livrar pacientes de tão degradante situação. E o
Pronto Socorro, parece que por ironia, não socorre a grande maioria das pessoas
que lá procuram atendimento.
No Pronto
Socorro, é verdade, ainda funciona o setor de Politraumatizados. Mas, na sua
Clínica Médica, o funcionamento é com restrições injustificadas. Dos pacientes
que recorrem a essa clínica, só os que possuem muita sorte são atendidos. A
maioria — por falta de médicos, pela omissão do Estado — vai penar com sua
doença, pois atendimento não lhe será dado. Empurrados para os Centros de Saúde
que, saliente-se, não ficam abertos durante a noite, resta aos pacientes
exercerem sua cristã paciência. Pois, também nos centros de saúde, médico é
coisa rara, exame só se for por milagre, e nem tinta para imprimir exames e
receitas há de forma regular.
Manifestação
Na
sexta-feira, dia 24 de novembro, na frente do Pronto Socorro, haverá
manifestação popular pela recuperação da saúde do nosso HRG. É um esforço para
salvar o hospital e garantir que a população do Gama volte a ser bem atendida. A
concentração será às 8 horas! Faço um apelo a você que lê este texto que também
participe da manifestação pacífica em defesa do HRG e da saúde pública no Gama.
Vamos lá!
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*Antilhon Saraiva dos Santos é advogado
e liderança comunitária no Gama.