Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Saúde pública do DF na enfermaria. Hospital do Gama pede socorro

Quarta, 22 de novembro de 2017

Por
Antilhon Saraiva*
Nós que somos do Gama, que amamos esta cidade, ficamos tristes, indignados, revoltados mesmo,  em ver o nosso Hospital Regional do Gama (HRG) vivendo na penúria, sucateado, com restrições e até mesmo fechamento de serviços fundamentais. Sem médicos, sem enfermeiros, sem técnicos, sem laboratórios funcionando bem. Sem equipamentos, sem medicamentos, sem roupa lavada, sem nada praticamente. É de revoltar, sim! É de fazer chorar!
Qual morador daqui nunca foi socorrido no HRG? Muitos e muitos foram ali salvos da morte. Quem nunca teve  parentes, amigos, vizinhos, atendidos? Quantos filhos do Gama são filhos também do HRG? Milhares, certamente. Em média, são de 600 a 700 partos por mês no Centro Obstétrico, filhos, assim, da nossa cidade. E pasmem! Estão para fechar o Centro Obstétrico que, desgraçadamente, já funciona com mil dificuldades e carências.
Já fecharam o Pronto Atendimento Infantil (PAI); praticamente a Pediatria; a UTI passa meses com leitos bloqueados; pacientes se amontoam pelos corredores; a água da chuva escorre pelas paredes rachadas (até em áreas recém reformadas)  e pelos dutos de fios elétricos, provocando uma correria dos dedicados servidores para livrar pacientes de tão degradante situação. E o Pronto Socorro, parece que por ironia, não socorre a grande maioria das pessoas que lá procuram atendimento.
No Pronto Socorro, é verdade, ainda funciona o setor de Politraumatizados. Mas, na sua Clínica Médica, o funcionamento é com restrições injustificadas. Dos pacientes que recorrem a essa clínica, só os que possuem muita sorte são atendidos. A maioria — por falta de médicos, pela omissão do Estado — vai penar com sua doença, pois atendimento não lhe será dado. Empurrados para os Centros de Saúde que, saliente-se, não ficam abertos durante a noite, resta aos pacientes exercerem sua cristã paciência. Pois, também nos centros de saúde, médico é coisa rara, exame só se for por milagre, e nem tinta para imprimir exames e receitas há de forma regular.
Manifestação
Na sexta-feira, dia 24 de novembro, na frente do Pronto Socorro, haverá manifestação popular pela recuperação da saúde do nosso HRG. É um esforço para salvar o hospital e garantir que a população do Gama volte a ser bem atendida. A concentração será às 8 horas! Faço um apelo a você que lê este texto que também participe da manifestação pacífica em defesa do HRG e da saúde pública no Gama.
Vamos lá!

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*Antilhon Saraiva dos Santos é advogado e liderança comunitária no Gama.
Texto publicado originariamente na edição de novembro do Informativo Bico, jornal do Gama e que é distribuído também em várias regiões administrativas do DF.