Sábado, 25 de novembro de 2017
Vicente Vecci
Reportamos no artigo anterior uma
síntese da produção cinematográfica utilizada no cine jornalismo, abrangendo
jornais cinematográficos e documentários de curta metragem, utilizado películas
com recursos limitados na sonorização direta nas filmagens em 35mm que, às
vezes poderia se utilizar gravadores magnéticas em sincronia momentânea na
captura das imagens. Depois em laboratório processa-se a gravação em banda
sonora junto com o negativo das imagens, originando uma cópia positiva pronta
para projeção, aonde estão devidamente em sintonia as imagens com a sonorização.
Se examinarmos um fragmento de
filme, vemos que comporta, ao lado da fita de imagens, uma margem com cerca de
dois milímetros, sobre o qual é visível um denteado oscilante irregular ou uma
linha partida variável. Essa pista sonora equivale aos sulcos traçados na
ebonita, que permitem aos antigos discos de vitrola reproduzir uma partitura de
música ou uma canção. A pista nesse caso, obtida por meio de um processo
foto-elétrico, e não pela gravação com uma agulha presa ao diafragma. A limalha
de ferro contida no microfone provoca oscilações elétricas transmitidas a uma
célula foto-elétrica que emite raios luminosos mais ou menos intensos, segundo
as oscilações. Assim são reproduzidos os denteados e as linhas da pista sonora.
A célula foto-elétrica pode ser substituída por um espelho oscilante.
Na reprodução, o funcionamento do
aparelho é inverso. A pista sonora desfila diante de uma célula
foto-elétrica, que já não é gravadora, mas sim leitora sonora. Esta transforma
as variações luminosas em oscilações elétricas, que um aparelho parecido com
que os antigos rádios de sala transformam em palavras, transmitidas, depois da
amplificação, por intermédio de alto-falantes. Quando se grava um filme no
estúdio- e ao contrário que se sucede com o filme destinado à projeção-
utilizam-se duas películas, ditas película- imagem (negativo de imagens) e
película-som (negativo de som). A transmissão da primeira é sofreada, a da
segunda é contínua, mas ambas sincronizadas rigorosamente. A separação da
gravação em fita-imagem e fita-som apresenta vantagens. Registra-se ulteriormente,
além do mais, uma fita música, que será sobreposta às duas fitas.
Na projeção, só existe um filme,
contendo as três fitas: imagem, som, música; estando as duas últimas
sobrepostas na pista sonora. A imagem sonora não está exatamente ao lado da
imagem fotográfica à qual corresponde, porque está última no momento em que a
projeção a torna visível ao espectador, é animada por um movimento descontínuo.
Os filmes produzidos na bitola
35mm tanto curtas como longa metragens podem ser reduzidos para 16mm para
projeções diversas nessa bitola como nas emissoras de Tvs.
Já está mais que comprovado que,
as produções cinematográficas analógicas em 35mm apresentam melhor qualidade de
projeções de imagens e de durabilidade. Entretanto, atualmente os custos dessas
realizações são elevadíssimos face à desativação dos principais laboratórios de
revelação e copiagem de filmes. E aí então é que entra às produções digitais
com tecnologia de ponta e computadorizada.
Para filmagens em 16mm visando
projeções diretas e/ou em Tvs aonde ainda se utilizam os recursos de
sonorização para reportagens, esses são mais eficientes que às produções em
35mm.
Geralmente utilizava-se câmeras
com películas com fotogramas de imagens e para som, sendo esses formados por
bandas magnéticas (as mesmas das antigas fitas cassetes). Daí capturava-se ao
mesmo tempo as imagens e os sons. Foram bastantes utilizadas nas reportagens
externas com entrevistas entre outros fatos. Nos estúdios somente as imagens
eram reveladas, existindo também filmes em 16mm autorevelavéis. A câmera mais
conhecida nessa bitola era a famosa Auricon, (foto).
*Vicente Vecci, edita há 33 anos em Brasília-DF o Jornal do Síndico.
www.jornaldosindicobsb.com.br,
e-mail:
sindico@jornaldosindicobsb.com.br. Trabalhou
no DF nas décadas de 70/80 com o cine-jornal O Brasil em Notícias, produzido
pela Produções Cinematográficas Brasil Central.