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Sexta, 11 de setembro de 2015
Por Mauro Santayana
(RB) - O
reerguimento despudorado da extrema direita em todo o mundo, como reação tardia
à descolonização da África e da Ásia, à vitória de regimes nacionalistas e de
esquerda na América Latina, à resistência de países como a Rússia contra o
cerco ocidental, e ao fortalecimento dos BRICS, que estão criando um banco
internacional de fomento que reúne alguns dos principais credores dos EUA
e um fundo de reservas no valor de 100 bilhões de dólares, tem sido pródigo em
cenas dantescas e episódios emblemáticos, que poucos imaginariam possíveis, em
sua sordidez e brutalidade, neste primeiro quarto do século XXI.
Na Alemanha, dois
neonazistas invadem uma cabine de trem, e, aos gritos de Heil Hitler!, depois
de fazer a saudação nazista, urinam sobre uma imigrante e suas duas crianças pequenas.
Na Suécia, um
imigrante romeno, cigano e sem teto, é atacado com ácido no rosto, enquanto
dormia em um parque de Estocolmo.
Na Ucrânia e em
vários países do leste do Velho Continente, os ciganos se encontram acossados,
em seus próprios bairros, que tem sido invadidos por milícias racistas e
fascistas.
Na França e em
outras nações, judeus de classe média, profissionais liberais, artistas e
empresários, fazem fila para emigrar para Israel, assustados com o
recrudescimento de um virulento antissemitismo, por parte daqueles que também
sempre atacaram árabes, negros e outras minorias.
As ameaças de
neonazistas ao Papa Francisco, às vésperas de sua viagem aos Estados Unidos,
e as cenas de uma cinegrafista, de emissora ligada ao partido de extrema
direta Jobbik, dando coices, como uma mula ensandecida, em crianças de menos de
dez anos, e derrubando com rasteiras pais desesperados, carregados de bebês,
que tentavam escapar das agressões da polícia na fronteira da Hungria, sob
aplausos, na internet, dos mesmos brasileiros - "Se alguém com coragem
tivesse feito isso nos paus de arara que chegavam.em SPO (sic), hoje a cidade
seria mais bonita e melhor pra se viver. Congratulations pra mocinha!" -
que defendem também a ditadura, a tortura e assassinato por agentes do Estado,
como no caso da chacina de Osasco, não são mais do que diferentes ângulos de um
novo despertar: o do Fascismo, que emerge, por todos os lados, como uma
praga de vermes, favorecida por um mundo dominado, ainda, em sua maior
parte, por um sistema baseado no egoísmo, no preconceito, na hipocrisia.
Um sistema que, no
entanto, se sente cada vez mais pressionado, e que é responsável pelas
consequências e contradições que ele mesmo estabeleceu, ao longo dos últimos
500 anos, ao permitir organizar-se e crescer, e continuar se expandido, com
base na mais impiedosa exploração de países por outros países, de povos por
outros povos, de homens por outros homens, indefinidamente.
Toda vez que o
Capitalismo se sente ameaçado - já lembramos isso outras vezes aqui - ele abre
a porta do canil e sai para passear com o Fascismo.
É preciso esmagar os
vermes quando os ovos eclodem, para não ter que decepar, depois, uma a uma, as
cabeças de seus exércitos de serpentes, como ocorreu na Primeira e na Segunda
grandes guerras, ao custo de milhões de vítimas, civis e militares, nos campos
de concentração e de extermínio, e também nos campos de batalha.
Fonte: http://www.maurosantayana.com