Da Tribuna da Internet

Tyler Durden
Zero Hedge
Uma entrevista de um alto funcionário do Qatar, confessando a verdade
por trás das origens da guerra na Síria, viralizou nas mídias sociais
no mundo árabe, na mesma semana em que foi publicado documento top
secret da NSA (Agência de Segurança Nacional dos EUA) que vazou e que
confirma que a oposição armada na Síria sempre esteve sob comando direto
de governos estrangeiros, desde os primeiros anos do conflito.
A entrevista explosiva está sendo vista como “admissão em alto nível,
feita publicamente, da união e coordenação entre quatro países para
desestabilizar um estado independente e que inclui possível apoio ao
Estado Islâmico, através da Nusra/al-Qaeda”. Importante a considerar que
“essa admissão ajudará a comprovar o que Damasco vê como ataque à sua
soberania e segurança nacional. Ela servirá de base a processo legal em
busca de reparações.”
COMPLÔ ANTI-SÍRIA – Com a guerra na
Síria entrando na fase de conclusão, parece que novas fontes começam a
falar quase que semanalmente, sob a forma de testemunho dos mais altos
funcionários envolvidos na operação para desestabilizar a Síria, e
também sob a forma de e-mails e documentos oficiais que vazam e que
detalham as operações clandestinas para mudar o regime da Síria do
presidente Assad.
Por mais que muitos desses documentos ajudem a confirmar o que já se
sabia há muito tempo, muitos detalhes continuam a se encaixar, o que
dará a historiadores futuros quadro muito mais claro da verdadeira
natureza dessa guerra.
Esse processo de esclarecimento está sendo acelerado – como já
previsto – pela luta interna cada vez mais furiosa entre Arábia Saudita e
Qatar, ex-aliados no Conselho de Cooperação do Golfo, com cada lado
acusando o outro de financiar os terroristas do Estado Islâmico e da
al-Qaeda (ambos dizem a verdade, por irônico que pareça).
ROUPA SUJA… – Cada vez mais o mundo
assiste a mais e mais lavagem de roupa suja na praça, ao mesmo tempo em
que o Conselho de Cooperação do Golfo implode, depois de anos durante
os quais praticamente todas as monarquias do golfo financiaram
movimentos de jihadistas em pontos como Síria, Iraque e Líbia.
Desta vez, o alto funcionário do Qatar é ninguém menos que o
ex-primeiro-ministro Hamad bin Jassim bin Jaber al-Thani, que
supervisionou as operações na Síria como representante do Qatar até
2013, também como ministro de Relações Exteriores, nessa foto de 2010.
(Só para lembrar, o comitê da Copa do Mundo de 2022 no Qatar doou 500
mil dólares à Fundação Clinton em 2014).
Numa entrevista à TV do Qatar na 4ª-feira, bin Jaber al-Thani revelou
que seu país, ao lado de Arábia Saudita, Turquia e os EUA sempre
enviaram armas a jihadistas, desde “o primeiro momento” quando os
eventos começaram (em 2011).
“CAÇAR A PRESA” – Al-Thani até
descreveu a operação clandestina como “caçar a presa” – por esporte.
Embora Thani tenha negado acusações críveis e bem fundamentadas de apoio
ao Estado Islâmico, as palavras do ex-primeiro-ministro implicam apoio
direto do Golfo e dos EUA à al-Qaeda na Síria (também chamada Frente
al-Nusra) desde os primeiros anos da guerra, e chega até a dizer que o
Qatar tem “documentação completa” e registros que provam que a guerra
foi planejada para fazer a mudança de regime.
Nos termos da tradução de “Zero Hedge”, al-Thani disse, ao reconhecer
que nações do Golfo armavam jihadistas na Síria com aprovação e apoio
de EUA e Turquia:
Já não resta qualquer dúvida sobre o que se passava, e menos dúvidas
haverá doravante também sobre outros eventos, à medida que mais e mais
documentação, tão válida, clara e precisa quanto terrível, continue e
pingar, gota a gota, ao longo dos próximos meses e anos. (artigo enviado por Sergio Caldieri)
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