Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Perdão! Errei! Não é só imagem do HRG que não está boa. Na realidade é o caos que se aprofunda em toda a rede de saúde pública do governo do DF

Quarta, 7 de outubro de 2015
Em postagem das 15h20 de ontem, terça (6/10), relatei a via crucis de uma jovem para ser diagnosticada no HRG, Hospital Regional do Gama. Sentia fortes dores, tinha febre, e no início da madrugada se dirigiu àquela unidade. Atendida pelo médico, foi tirar uma radiografia, mas não pode voltar ao profissional da saúde, pois a máquina não estava imprimindo a radiografia. Voltou para casa com suas dores e febres.
Pois bem, por volta das 19 horas desta terça (6/10), depois de um dia de dores, retornou ao hospital. Se viu obrigada a tirar outra radiografia, pois ninguém sabia onde estava a primeira, recebeu afinal a “nova chapa”. Com a radiografia em mãos foi ao médico, que achou necessário ela se submeter a uma ecografia, para uma melhor avaliação.
Azar, o da paciente. Há o equipamento de ecografia no HRG em condições de funcionamento. O diabo é que ontem à noite não dava para fazer o exame. Não existia o pessoal médico que manuseia o aparelho. Um equipamento tão caro, fundamental em muitos dos diagnósticos, mas o governo o deixa sem funcionar em muitos horários (vão dizer que nas longas horas de uma noite não são muitos horários?). Uma noite num pronto-socorro de um hospital como o do HRG é longa, cheia de atendimentos, transbordante de tensões. Depois aparecem os governantes com lero-lero na TV querendo colocar sempre a culpa desse tipos de coisa, não na suas incompetências, mas sobre as costas de governos anteriores ou dos funcionários das unidades médicas. Haja incompetência! Haja hipocrisia! Aja, alguém!
A incompetência do governo é tamanha que durante o tempo que a paciente permaneceu no hospital, estava quase tudo parado, pois “o sistema caiu”. Sabe qual sistema? O de informática, a internet. Na linha de frente do HRG, por exemplo, na recepção, a internet ainda é via rádio. É a famosa cai, cai. Cai tudo. Cai o atendimento. E até a vergonha do governo. Ontem teve até parente de paciente “roteando sua internet do celular” para que pudesse haver atendimento do médico.
Mas voltando ao caso da jovem paciente —que há mais de 24 horas não consegue conhecer o diagnóstico do mal que a atormenta—, sem ter como tirar a ecografia, o que restou, então, a ela?
Retornar novamente a sua casa no início da madrugada, com suas fortes dores e febres. E com uma cada vez maior indignação.
Otimista, como sempre —não significando, claro, passividade e acomodação— deve nesta quarta (7/10) retornar a algum hospital público de Brasília. E acompanhada novamente com suas febres e dores. Que desta vez tenha sorte.
***
Outro tipo de caos da rede pública de saúde. Imagem da noite desta terça (6/10) no HRG.
O caos absoluto! Nem tampa no ralo de escoar água tem. Talvez para aumentar o serviço de ortopedia.

O boxe da esquerda fica meio aberto. O da direita, totalmente escancarado. Vai enfrentar?

Hospital, ops!, vazo interditado.Não dá pra fazer o nº 2.

No automóvel cinza, uma paciente bem idosa esperava na frente do hospital o atendimento médico.