Flávia
Villela — Repórter da Agência Brasil
O esquema de pagamento de propinas na Petrobras e em outras
estatais, investigado no âmbito da Operação Lava jato, chega a R$ 10 bilhões.
Mas o valor pode passar de R$ 20 bilhões se for incluído no cálculo, além das
propinas, os desvios referentes a contratos com fornecedores e os negócios
superfaturados, disse hoje (9) o procurador Deltan Dallagnol, do
Ministério Público Federal (MPF). "Essa é uma estimativa”, acrescentou o
procurador.
Dallagnol disse que sua estimativa se baseia em um contrato
entre a Petrobras e a Camargo Corrêa, no valor de R$ 1,5 bilhão. Só o
superfaturamento nesse contrato chegou a R$ 600 milhões, conforme acrescentou.
Na Petrobrás, o valor de propina “envolveu mais de R$ 6,2 bilhões”, afirmou.
Operação Lava Jato é o nome de uma investigação da Polícia
Federal sobre lavagem de dinheiro, iniciada em 17 de março de 2014. Dallagnol
abriu nesta manhã, em São Conrado, a programação do último dia do 21º Congresso
Nacional do Ministério Público e da 5ª Conferência Regional da International
Associations of Prosecutors (IAP) para a América Latina.
"A Lava Jato combate um tumor, mas o sistema é
cancerígeno. Não temos uma defesa jurídica contra a corrupção no Brasil.
Vivemos uma janela de oportunidade e - se não aproveitarmos esse momento para
mudarmos nossa realidade - não sabemos quando teremos outra oportunidade
como essa", declarou.
Dallagnol falou sobre “10 medidas contra a corrupção” [leia o resumo das "10 medidas"],
campanha do MPF para coibir desvio de verbas públicas e atos de improbidade
administrativa. Ele afirmou que a Operação Lava Jato provavelmente não vai
mudar a maneira como o país enfrenta a corrupção, mas com certeza criará
condições para mudanças estruturais visando a prevenir os desvios de verbas
públicas e a prática da improbidade administrativa.
A campanha, que já dura cerca de dois meses, colheu até o
momento mais 380 mil assinaturas. Para que se torne projeto de lei de
iniciativa popular são necessários 1,5 milhão de assinaturas (1% dos eleitorado
nacional) para ser encaminhado ao Congresso.
Ele pediu o engajamento dos presentes na campanha para
colher assinaturas, enviar cartas de apoio e organizar palestras para que a
população seja informada sobre o assunto.
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Aqui você pode imprimir o formulário do abaixo-assinado.
Assine, passe entre seus amigos, vizinhos, colegas de trabalho, e depois
entregue numa das unidades do Ministério Público Federal. Ou ainda envie
para a Procuradoria da República no Paraná (Aos Cuidados de Força-Tarefa Lava
Jato, Rua Marechal Deodoro, 933 - Centro, CEP 80060-010, Curitiba – PR).
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