Antes de ler os "argumentos" do vice-presidente da Associação Brasileira de Vaquejada (ABVAQ), veja as fotos postadas aqui pelo Gama Livre. Imagens colhidas na internet. Outras aqui não foram colocadas por serem mais horríveis que as postadas. Veja as imagens e tire suas conclusões sobre a alegada superficialidade do STF quando decidiu que vaquejadas não é esporte, não é festa, é uma atividade inconstitucional.
Esperamos que daqui para a frente seja tratada como crime.
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A seguir a postagem no site da Agência Brasil: 'Para associação, análise feita pelo STF sobre vaquejada é superficial'
Edwirges Nogueira – Correspondente da Agência Brasil
Prática esportiva tradicional no Nordeste, a vaquejada se tornou ilegal a partir de decisão
do Supremo Tribunal Federal (STF), que considerou inconstitucional a
lei que regulamenta a atividade no estado do Ceará. A maioria dos
ministros entendeu que a vaquejada provoca atos cruéis contra os
animais. Mesmo referindo-se à uma lei estadual, a determinação da Corte
pode ser aplicada a outros estados e ao Distrito Federal.
“O
assunto foi abordado de forma muito superficial e não conseguiu entender
o trabalho que tem sido feito pelas associações, que é exatamente o de
garantir uma condição de execução das provas de vaquejada preservando a
condição de bem-estar tanto dos cavalos como dos bois”, disse o
vice-presidente da Associação Brasileira de Vaquejada (ABVAQ), Marcos
Studart.
Em seu livro A vaquejada nordestina e sua origem,
o escritor Câmara Cascudo diz que a vaquejada é a festa tradicional do
ciclo do gado nordestino e uma exibição “de força ágil, provocadora de
aplausos e criadora de fama”. A atividade se origina no trabalho de
apartação (divisão), entre os fazendeiros, do gado criado solto nos
campos do sertão. Euclides da Cunha também fala sobre a vaquejada no
livro Os Sertões e são muitas as músicas que exaltam vaqueiros e animais. No forró Saga de um Vaqueiro,
da cantora e compositora Rita de Cássia, os versos mostram a tradição:
"desde cedo assumi minha paixão/de ser vaqueiro/ de ser um campeão/nas
vaquejadas sempre fui batalhador/consegui respeito por ser um vencedor".
Apesar
de tradicional, segundo Studart, a prática se modernizou e se
autorregula para preservar a saúde de vaqueiros e animais. O protetor de
cauda, por exemplo, é um dos cuidados com os bovinos para evitar danos à
saúde do animal, informou. Trata-se de um rabo artificial feito com uma
malha de nylon que é fixado na base do rabo do boi e que reveste a cauda.
Em
seu voto, o ministro Marco Aurélio, argumentou que, conforme laudos
técnicos contidos no processo da Ação Direta de Inconstitucionalidade
(ADI), os animais envolvidos nas vaquejadas sofrem fraturas nas patas e
no rabo e têm, eventualmente, a cauda arrancada. Segundo o
vice-presidente da ABVAQ, essa descrição não faz parte da prática
moderna da vaquejada.
“Quem acompanha a vaquejada sabe que isso
não é verdade. Existem formas de realizar o evento que permitem
perfeitamente o cuidado com esses animais. São bois que são apresentados
como espetáculo e precisam estar bem alimentados e bem cuidados.
Atualmente, os bois que participam das vaquejadas são alugados. Então, o
dono do boi não permite que o animal seja maltratado. Já com relação
aos cavalos, que são vendidos por centenas de milhares de reais, não tem
sentido imaginar que eles passam por algum tipo de maltrato.”
A
associação estima que cerca de 4 mil vaquejadas são realizadas por ano
em todo o Brasil, movimentando aproximadamente R$ 600 milhões, além da
geração de emprego e renda a partir da atividade. De acordo com o
diretor de marketing da entidade, Fábio Leal, a regulamentação
da prática é de interesse da comunidade vaqueirama. “A gente quer que
exista a vaquejada legal e regulamentada, com fiscalização. A vaquejada
que engrandece o Nordeste não pode acabar.”
A lei estadual
considerada inconstitucional pelo STF foi sancionada em 2013, mas,
segundo o governo do Ceará, precisava de regulamentação para poder ter
efeito prático. No estado, a Agência de Defesa Agropecuária (Adagri)
fiscaliza eventos onde há aglomeração de animais, a exemplo das
vaquejadas, exigindo cuidados como certificados de saúde dos animais e
outros registros de controle sanitário. Em 2015, os fiscais da agência
estiveram em 760 eventos.
De acordo com o presidente da associação, a ABVAQ vai aguardar a publicação do acórdão para definir como vai agir a respeito.