Os mais ricos do mundo detinham
42.5% da riqueza mundial no pico da crise financeira de 2008. Em 2017
já concentram 50.1%, indica o relatório anual do Credit Suisse.
15 de Novembro, 2017
Foto Women's eNews/Flickr
A
fatia da riqueza mundial nas mãos dos 1% mais ricos do mundo não parou
de aumentar nos últimos dez anos, desde a crise financeira global de
2008, diz o relatório sobre a riqueza que é elaborado anualmente pelo
Credit Suisse e que reconhece o aumento da desigualdade na distribuição
da riqueza.
Só no último ano, relata o jornal Guardian, o número de milionários,
que tinha caído em 2008, triplicou desde o início do milênio,
totalizando hoje 36 milhões de pessoas, mais 2,3 milhões que no ano
anterior. Esse número de pessoas com mais de um milhão de dólares
representa 0.7% da população mundial e controla 46% do total da riqueza
mundial.
Ler também:Multimilionários duplicam a sua riqueza desde o início da crise Na base desta pirâmide estão 3.5 biliões de pessoas, cerca de 70% da
população adulta, que detêm apenas 2.7% da riqueza mundial. Em alguns
países africanos, quase 100% da população está nesta categoria de baixos
rendimentos, com uma riqueza inferior a 10 mil dólares. O mesmo
acontece a mais de 90% da população adulta na India e no conjunto de
África.
Quanto aos milionários, mais de 40% vivem nos Estados Unidos,
seguindo-se o Japão com 7% e o Reino Unido com 6%. Neste caso, o número
de milionários, que é avaliado em dólares, recuou devido à
desvalorização da libra após o referendo do Brexit.
Para a porta-voz da ONG Oxfam, este relatório volta a mostrar o
“enorme fosso” entre ricos e pobres. No Reino Unido, aponta Katy
Chakrabortty, os 1% mais ricos já controlam um quarto da riqueza do
país, enquanto os 50% mais pobres detêm menos de 5%.
“As recentes revelações dos Paradise Papers puseram a nu um dos
grandes instrumentos da desigualdade – a evasão fiscal por parte dos
mais ricos e das multinacionais. Os governos devem agir para combater a
desigualdade extrema que está a prejudicar as economias em todo o mundo,
a dividir as sociedades e a tornar mais difícil que nunca a
possibilidade dos mais pobres melhorarem as suas vidas”, afirmou a
porta-voz da Oxfam ao Guardian.