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Por
Vicente Vecci
A tecnologia do cinema atualmente é toda digital, tanto na captura
das imagens como na edição, finalizando
com a projeção. É uma sequência duma aparelhagem sofisticada onde
à computação gráfica domina, a começar pelos efeitos especiais mirabolantes
que vislumbram imagens fantásticas fascinando os espectadores. Mas para chegar até a essa
modernidade o cinema passou por
diversas fases e foi evoluindo com o
tempo.
No inicio da década de 1970 quando aportamos em Brasília após passar no final dos anos 60 pela redação do então
semanário Cinco de Março e que posteriormente deu origem ao DM, trabalhamos com o
jornalismo cinematográfico em 35mm que era a bitola de imagens do cinema com
redução para 16mm para TV. Era tudo analógico e não existia o vídeo.
Trabalhava-se com películas adicionada
nas câmeras de filmar, podendo serem inseridas
em carretéis ou chassis. Daí os
filmes virgens eram então acoplados
nessas peças em ambiente totalmente sem luminosidade e depois montados nas câmeras em carretéis
metálicos, fechava-se e depois acionava-se uma orelha dando corda e na hora de
filmar era só acionar um dispositivo que as lentes capturavam as imagens em 24 fotos em movimento por
segundos.
As mais antigas eram movidas pela
sistema de cordas como os primeiros
relógios, uma delas foi a pioneira Aymo com três torres de lentes (foto acima) de fabricação alemã que serviu para
registrar imagens da 1ª Guerra Mundial.
Geralmente eram mais utilizadas no cine jornalismo e cada carretel tinha
capacidade para 100 pés de filmes (medida
métrica inglesa) com capacidade de capturar
um minuto de imagens. Depois trocava-se esse carretel por outros para
dar sequências às reportagens cinematográficas. Utilizamos também essas
câmeras.
Posteriormente surgiram as câmeras
movidas à bateria elétrica com maior competência de tempo das filmagens e os
negativos dos filmes eram montados em chassis
de 400 a 600 pés, respectivamente com
quatro e seis minutos de imagens,
sendo substituídos por outros à medida da necessidade. A mais conhecida era a
Arriflex, também bastante utilizada na produção de filmes de longa metragem.
Após às filmagens os negativos
são enviados aos laboratórios para revelação e em seguida se fazer o copião contendo as imagens
registradas para montagem com cortes
numa mesa editora com um vídeo e dois pratos aonde ficam colocados o rolo dessa cópia do negativo de imagem.
Depois dos cortes de cenas no copião,
elimina-se do negativo as mesmas imagens tiradas do copião. Geralmente filma-se
o dobro da produção pretendida para se ter opções de qualidade das imagens.
A etapa dessa produção é a sonorização, onde com o
copião definitivo fazia-se uma sincronia
para narração pelo locutor com
referência às imagens do fato. Isso para
cine-jornais e documentários. Nas produções de longa metragens exige-se mais trabalho como dublagem, efeitos
especiais, sonorização com trilha sonora, etc.
Feita à sonorização com a narração e trilha musical num
negativo em formato 35mm próprio, chamado negativo de som em banda
magnética. Depois para fazer cópia
definitiva (positiva) com imagem e som,
sincroniza-se os dois negativos de som e imagens, resultando em uma só copia
revelada com as imagens e a banda sono nos fotogramas do filme.
E, a projeção é feita pelo sistema ótico, ou seja, no
projetor da imagem é feita à leitura na banda sonora através da luz, onde se vê
as imagens e os sons.
Em síntese esse é o sistema de produção do cinema
analógico, havendo outros complementos técnicos como trucagens (efeitos
especiais), que são mais complexos, entre outros.
O nosso trabalho durante vários
anos iniciado na década de 1970 foi através das Produções Cinematográficas
Brasil Central, fundada pelo pioneiro na construção de Brasília Wanderval Calaça que posteriormente foi
exibidor e empresário da área jornalística. Essa empresa produzia semanalmente
o cinde-jornal O Brasil em Notícias para
distribuição e exibição numa rede nacional de
aproximadamente 2.000 cinemas, além de documentários e filmes
publicitários. Trabalhamos com equipe
credenciada no Palácio do Planalto e Congresso Nacional. Já no início da
década de 1980 com a chegada do vídeo,
montamos em Brasília a primeira agência de notícias para TVs, a
Organização Brasileira de Notícias-OBN.
Vicente Vecci, edita atualmente em
Brasília-DF há 33 anos O Jornal do
Síndico. www.jornaldosindicobsb.com.br