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(Millôr Fernandes)

terça-feira, 14 de novembro de 2017

Cinematografia analógica

Terça, 14 de novembro de 2017
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Por

Vicente Vecci

A tecnologia do cinema  atualmente é toda digital, tanto na captura das imagens como na  edição, finalizando com a projeção. É uma sequência duma aparelhagem sofisticada   onde  à computação gráfica domina, a começar pelos efeitos especiais  mirabolantes  que vislumbram imagens fantásticas fascinando  os espectadores. Mas para chegar até a essa modernidade o cinema passou  por diversas  fases e foi evoluindo com o tempo.

No inicio da década de 1970  quando aportamos em Brasília após passar  no final dos anos 60 pela redação do então semanário Cinco de Março e que posteriormente deu origem ao DM, trabalhamos  com  o jornalismo cinematográfico em 35mm que era a bitola de imagens do cinema com redução para  16mm  para  TV. Era tudo analógico e não existia o vídeo. Trabalhava-se com películas  adicionada nas câmeras de filmar, podendo serem inseridas  em carretéis ou chassis. Daí  os filmes virgens  eram então acoplados nessas peças  em  ambiente totalmente sem luminosidade  e depois montados nas câmeras em carretéis metálicos, fechava-se e depois acionava-se uma orelha dando corda e na hora de filmar era só acionar um dispositivo que as lentes capturavam  as imagens em 24 fotos em movimento por segundos.

As mais antigas eram movidas pela sistema de cordas como os  primeiros relógios, uma delas foi a  pioneira  Aymo com três torres de lentes  (foto acima) de fabricação alemã que serviu para registrar imagens da 1ª Guerra Mundial. Geralmente eram mais utilizadas no cine jornalismo e cada carretel tinha capacidade para 100 pés  de filmes (medida métrica inglesa) com capacidade de capturar  um minuto de imagens. Depois trocava-se esse carretel por outros para dar sequências  às reportagens cinematográficas. Utilizamos também essas câmeras.

Posteriormente surgiram as câmeras movidas à bateria elétrica com maior competência de tempo das filmagens e os negativos dos filmes eram montados em chassis   de 400 a 600 pés, respectivamente com  quatro e seis minutos  de imagens, sendo substituídos por outros à medida da necessidade. A mais conhecida era a Arriflex, também bastante utilizada na produção de filmes de longa metragem.

Após às filmagens  os negativos  são enviados aos laboratórios para revelação e em seguida  se fazer o copião contendo as imagens registradas  para montagem com cortes numa mesa editora com um vídeo e dois pratos aonde  ficam colocados o  rolo dessa cópia do negativo de imagem. Depois dos cortes  de cenas no copião, elimina-se do negativo as mesmas imagens tiradas do copião. Geralmente filma-se o dobro da produção pretendida para se ter opções de qualidade das imagens.

A etapa  dessa produção é a sonorização, onde com o copião definitivo fazia-se uma sincronia  para narração pelo locutor   com referência às imagens do fato. Isso para  cine-jornais e documentários. Nas produções de longa metragens  exige-se mais trabalho como dublagem, efeitos especiais, sonorização com trilha sonora, etc.

Feita à sonorização  com a narração e trilha musical  num  negativo em formato 35mm próprio, chamado negativo de som em banda magnética. Depois para fazer  cópia definitiva (positiva)  com imagem e som, sincroniza-se os dois negativos de som e imagens, resultando em uma só copia revelada com as imagens e a banda sono nos fotogramas  do filme.

E, a projeção  é feita pelo sistema ótico, ou seja, no projetor da imagem é feita à leitura na banda sonora através da luz, onde se vê as imagens e os sons.

Em síntese  esse é o sistema de produção do cinema analógico, havendo outros complementos técnicos como trucagens (efeitos especiais), que são mais complexos, entre outros.

O nosso trabalho durante vários anos iniciado na década de 1970 foi através das Produções Cinematográficas Brasil Central, fundada pelo pioneiro na construção de Brasília  Wanderval Calaça que posteriormente foi exibidor e empresário da área jornalística. Essa empresa produzia semanalmente o cinde-jornal O Brasil em Notícias  para distribuição e exibição numa rede nacional de  aproximadamente 2.000 cinemas, além de documentários e filmes publicitários. Trabalhamos com equipe  credenciada no Palácio do Planalto e Congresso Nacional. Já no início da década de 1980 com a chegada do  vídeo, montamos em Brasília  a  primeira agência de notícias para TVs, a Organização Brasileira de Notícias-OBN.

Vicente Vecci, edita atualmente em Brasília-DF  há 33 anos O Jornal do Síndico. www.jornaldosindicobsb.com.br