Reportagem da Folha de São Paulo apontou que João Santana
está sendo investigado suspeito de lavagem de dinheiro
Da Tribuna da Bahia
iG São Paulo
A Polícia Federal abriu investigação contra o marqueteiro
João Santana para apurar duas empresas dele foram usadas em uma
operação de lavagem de dinheiro para beneficiar o Partido dos Trabalhadores. As
informações foram publicadas pelo jornal Folha de São Paulo, nesse sábado
(02.05).
Segundo a reportagem, a suspeita é que duas empresas do
marqueteiro foram usadas para trazer para o Brasil US$ 16 milhões de Angola em
2012. Naquele ano, o marqueteiro trabalhou na campanha do atual prefeito de São
Paulo Fernando Haddad (PT) e do presidente eleito da Angola José Eduardo dos
Santos.
Em nota enviada à imprensa, Santana disse que "são
infundadas as tentativas de estabelecer uma conexão entre os recursos
financeiros de duas campanhas eleitorais feitas para candidatos diferentes,
clientes diferentes, em países diferentes. Não há relação possível entre as
campanhas de Fernando Haddad para a prefeitura de São Paulo e do presidente de
Angola, José Eduardo dos Santos, a não ser o ano em que foram realizadas:
2012".
A reportagem aponta que uma das linhas de investigação é que
o dinheiro tenha pago ao marqueteiro por empreiteiras brasileiras que atuam na
Angola e que essa seria uma maneira indireta de o PT pagar dívidas contraídas
com Santana.
"A transferência de recursos referentes ao trabalho
realizado no pleito de Angola para o Brasil cumpriu todas as exigências do
sistema financeiro nacional, e foi acompanhada pelo compliance do
Bradesco", se defendeu o marqueiro, em nota, indicando ainda que os
documentos que comprovam a legalidade da operação estão disponíveis na
internet.
Segundo Santana, o contrato de uma de suas empresas, a
Pólis, com a campanha de Haddad foi de R$ 30 milhões, dinheiro pago pelo PT.
"Apenas o PT, pagou pela campanha de Fernando Haddad. Todos os comprovantes
estão no mesmo site, montado para contar a verdade sobre essa denúncia
infundada".
Ainda de acordo com a explicação de Santana, a campanha de
Angola rendeu US$ 20 milhões e foi pago pelo partido MPLA, depositados em
conta da empresa em banco angolano. "Desse total, US$ 16 milhões foram
repatriados ao Brasil gerando uma guia de R$ 6,29 milhões em pagamentos de
impostos".
O marqueteiro explicou ainda que a transferência entre a
conta da empresa na Angola e no Brasil foi feita via Banco Central.
"E seguiu estritamente as normas nacionais e internacionais, além de ter
sido acompanhada par e passo pela rígida política de compliance do Bradesco,
destino final do dinheiro".
Dívida
A reportagem aponta que depois da campanha de Haddad, o
PT teria ficado devendo R$ 20 milhões ao marqueteiro. O débito teria sido
transferido ao PT nacional, que parcelou o débito em 20 pagamentos de R$ 20
milhões.
Ao jornal, a assessoria de imprensa de Fernando Haddad
informou que o prefeito prestou depoimento à PF na última quarta-feira (29) e
que os pagamentos feitos a equipe de João Santana foram compatíveis com outras
campanhas realizadas na mesma ocasião.