Sábado, 16 de maio de 2015
André Richter - Repórter da Agência Brasil
O Ministério Público Federal
(MPF) pediu hoje (15) à Justiça Federal em Curitiba a condenação do ex-diretor
da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró por lavagem de dinheiro. De
acordo com investigadores da Operação Lava Jato, parte da propina recebida por
Cerveró foi procedente do exterior, por meio de empresas sediadas no Uruguai,
na Inglaterra, na Espanha e na Suíça.
A denúncia cita como prova do
crime a compra de um apartamento avaliado em R$ 7,5 milhões, no Rio de Janeiro,
por meio da empresa Jolmey do Brasil, criada para ocultar o dinheiro recebido
pelo ex-diretor.
“Note-se que a empresa Jolmey do
Brasil não realizou outro investimento imobiliário no Brasil ou desempenhou
qualquer outra atividade econômica lícita, sendo que todo o dinheiro que
circulou em sua conta-corrente era oriundo dos ‘aluguéis’ pagos por Cerveró”,
destaca o MPF.
No processo, a defesa de Cerveró
alegou que a denúncia não apresentou provas relacionadas à imputação do crime
de lavagem de dinheiro e pediu absolvição sumária do ex-diretor.
Cerveró está preso na carceragem
da Polícia Federal em Curitiba desde o dia 14 de janeiro, por tentar ocultar
seu patrimônio. Ele foi preso no aeroporto internacional do Rio de Janeiro,
quando voltava de uma viagem à Espanha e à Inglaterra.
De acordo com relatório do
Conselho de Controle de Atividades Financeiras, no dia 16 de dezembro, Cerveró
sacou R$ 500 mil de um fundo de previdência privada e transferiu o dinheiro
para sua filha, mesmo tendo sido alertado pelo gerente do banco que perderia
20% do valor depositado.
Em junho do ano passado, Cerveró
transferiu imóveis para seus filhos, com valores abaixo dos de mercado. Na
interpretação do MPF, o ex-diretor tentou esconder seu patrimônio.