Domingo, 8 de novembro de 2015
Do Esquerda.Net
Na passada sexta-feira,
ativistas do Climáximo, movimento pela justiça climática, bloquearam
viaturas da VW no “Salão Automóvel Verde e Ecológico”, denunciando os
processos fraudulentos e os crimes ambientais da construtora alemã.
8 de Novembro, 2015
Ativistas
do Climáximo, movimento pela justiça climática, bloquearam viaturas da
VW no “Salão Automóvel Verde e Ecológico”, na passada sexta-feira
Em comunicado, o Climáximo
refere que “a poucos dias da Cimeira do Clima em Paris, a propaganda
verde aumenta, com empresas como a VW, a BP, ou a BMW a apresentarem-se à
população como verdes, enquanto executam processos fraudulentos e
crimes ambientais por todo o planeta”.
O movimento lembra o escândalo dieselgate, considerando-o “a ponta do
iceberg de uma indústria automóvel que camufla permanentemente os
efeitos da sua atividade comercial, escondendo à população mundial e aos
proprietários das viaturas o impacto agravado causado sobre o ambiente e
o clima”.
O comunicado recorda que “a VW vendeu nos últimos seis anos mais de
11 milhões de viaturas a diesel com softwares fraudulentos, que emitiam
até 40 vezes a quantidade de óxidos nitrosos (NOx) legalmente
permitida”, sublinhando que a maioria dessas viaturas foi vendida na
Europa – 8 milhões.
O documento denuncia que a Comissão Europeia tinha conhecimento da
fraude “pelo menos há três anos” e nada fez “para corrigir um crime
contra todos os cidadãos do mundo, por via de um impacto massivo nas
alterações climáticas”.
O Climáximo alerta que a VW também cometeu a fraude em carros a
gasolina, mas não é a única construtora automóvel a falsificar emissões,
apontando que “a Audi, a Opel, a BMW, a Citroen e a Mercedes-Benz
emitem muito acima das emissões de NOx legalmente permitidas”.
O movimento, citando a organização internacional Transport and Environment,
denuncia também que “os novos Mercedes Class A, C e E, os BMW série 5 e
os Peugeot 308 inauguram ainda um novo tipo de fraude: consomem mais
50% de combustível do que nos testes laboratoriais, emitindo
consequentemente o dobro do gases com efeito de estufa”.
O Climáximo lembra ainda que em Portugal “há dezenas de milhares de
veículos da VW com os softwares fraudulentos” e que “não há qualquer
ação por parte das autoridades para punir este clamoroso crime
ambiental”.
O movimento apela, por fim, à participação na Marcha Mundial do Clima
em Lisboa, a 29 de novembro, e à participação nas ações internacionais
no dia 12 de dezembro, em Paris, na Cimeira do Clima COP-21.