Autor do cartoon: Latuff
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Vinicius
Lisboa - Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Terezinha Maria de Jesus, mãe do menino
Eduardo de Jesus, 10 anos, morto atingido por uma bala perdida —Tomaz
Silva/Agência Brasil
Parlamentares do Rio de Janeiro no Senado Federal e na
Câmara dos Deputados vão pedir ao procurador-geral do Ministério Público do
Estado do Rio de Janeiro, Marfan Vieira, para que as investigações sobre o
assassinato do menino Eduardo de Jesus, de10 anos, não sejam encerradas. Nesta
semana, o caso foi considerado legítima defesa pela Divisão de Homicídios da
Polícia Civil.
Eduardo de Jesus foi morto por policiais militares na porta
de casa, em 2 de abril deste ano. O titular da Homicídios, delegado Rivaldo
Barbosa, disse, ao apresentar a conclusão do inquérito, que os policiais
militares agiram em legítima defesa. “Os policiais foram recebidos a tiros e se
jogam para trás e disparam contra os traficantes que davam tiros neles.
Lamentavelmente, quem estava na linha de tiro era o Eduardo. Juridicamente,
isso é chamado de erro na execução.”
Saiba Mais
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A investigação foi criticada por entidades da sociedade
civil e pela família de Eduardo. A Anistia Internacional considerou a conclusão "uma aberração" e
disse não ser possível a conclusão de legítima defesa em um caso em que uma
criança de 10 anos, desarmada, é morta na porta de casa.
Investigações
Para o deputado federal Wadih Damous (PT-RJ), há elementos
suficientes que mostram que os policiais não mataram a criança em legítima
defesa. "Vou sair daqui agora para tentar o contato, não somente para
levar nossa inconformidade, mas para exigir o andamento das
investigações".
Segundo o senador Lindbergh Farias, a intenção dos
parlamentares é encontrar Vieira ainda hoje (6) ou na próxima segunda-feira. Os
parlamentares participaram nesta sexta-feira de uma audiência pública da
Comissão Parlamentar de Inquérito do assassinato de jovens do Senado Federal,
no Rio de Janeiro, que ouviu representantes do governo do estado e familiares
das vítimas, como a mãe de Eduardo, Terezinha Maria de Jesus.
"Eu não aceito essa investigação. Essa investigação é
podre", disse a mãe. "Legítima defesa de quê? Meu filho era uma
criança na porta de casa e eles chegaram, deram um tiro e acabaram com
tudo".