Sexta, 14 de outubro de 2016
Observe o que o governador fala quando o vídeo atinge 1 minuto e seis segundos.
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Da Agência Brasil
O
governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, anunciou hoje (14),
em entrevista coletiva na sede do governo, que não concederá reajuste
aos servidores. O governo distrital prevê um déficit orçamentário de R$
2,3 bilhões até o fim do ano. Caso seja concedido o reajuste, as contas
ultrapassariam em 49,37% o limite prudencial da Lei de Responsabilidade
Fiscal.
Rollemberg informou que o governo optou por pagar os
salários em dia, em vez de conceder o reajuste. “Embora Brasília esteja
em uma situação difícil, [ainda] está entre os melhores [entes] da
federação. Estamos pagando os salários e o 13º em dia. Eu tenho certeza
que os servidores preferem receber o salário em dia, do que [receber] um
aumento que não teremos condições de pagar”, disse.
O
governador informou ainda que as tentativas para aumentar a arrecadação
não foram eficientes. Os imóveis não foram vendidos e houve a redução
de mais de R$ 1 bilhão de repasses da União. Rollemberg afirmou que o
déficit não será repassado para a população. “Mesmo [sem] reajuste há
três anos, não faremos uma proposta de reajuste do IPTU. Reajustaremos
[o mesmo] apenas de acordo com a inflação, mas não aumentaremos
valores”, ressaltou.
O presidente do Sindicato dos Servidores da
Assistência Social e Cultural do DF, Clayton Avelar, disse que vários
sindicatos aguardavam um encontro com o governador para que houvesse uma
negociação sobre os reajustes. Mas o encontro não aconteceu. “Na
comissão geral que aconteceu na Câmara Legislativa, nos foi informado
que os sindicatos seriam recebidos pelo governador até o dia 16 para
saber a posição sobre os reajustes. E em vez de convocar os sindicatos, a
notícia foi dada sem nenhuma margem de negociação com as categorias”,
afirmou.
Avelar falou que há uma grande possibilidade dos
servidores entrarem em greve. “A sociedade deve estar precavida, porque a
possibilidade de greve existe. Nossa categoria deveria ter recebido um
reajuste em novembro, chegamos ao mês de outubro e o governo vem
anunciar um calote. Nós não aceitaremos isso, lutaremos por nossos
direitos. É uma luta em defesa dos serviços públicos”.
O chefe da
Casa Civil, Relações Institucionais e Sociais do Governo do Distrito
Federal (GDF), Sérgio Sampaio, informou que não haverá negociação por
não haver recursos para os reajustes. “O que estamos anunciando não é
algo possível de negociação, é uma realidade. Estamos tentando evitar
uma paralisia geral do governo, como está ocorrendo em outros estados”,
disse.
Lei de Responsabilidade
A Lei de
Responsabilidade Fiscal determina que, no máximo, 46,55% do orçamento
anual do governo podem ser usados para o pagamento de salários. O GDF
informou que já comprometeu 47,49% do orçamento deste ano e estima que
esse número alcance 49,37%, caso algum ajuste seja concedido. O governo
afirma ainda que tem uma dívida de R$ 1,4 bilhão da gestão anterior e
que para fechar o ano falta em caixa R$ 900 milhões.