Quinta, 14 de maio de 2015
Marcelo
Brandão - Repórter da Agência Brasil
O Ministério Público Federal (MPF) denunciou hoje (14) 13
pessoas investigas por envolvimento em atos de corrupção na Operação Lava Jato.
Entre os denunciados estão os ex-deputados André Vargas, Pedro Corrêa, Aline
Corrêa e Luiz Argôlo. É a primeira vez que o MPF denuncia parlamentares
envolvidos no esquema de corrupção. Agora, cabe à Justiça Federal aceitar ou
não as denúncias.
Os crimes são de lavagem de dinheiro, peculato, organização
criminosa e corrupção. “Hoje é um dia emblemático, porque fechamos um ciclo e
entramos pela primeira vez no núcleo político do esquema, com as denúncias dos
ex-deputados”, disse o procurador da República, Deltan Dellagnol.
O procurador explicou que Vargas recebia e repassava
dinheiro de contratos de publicidade firmados com a Caixa Econômica Federal e o
Ministério da Saúde a empresas que não prestavam os serviços. O total do
dinheiro repassado por Vargas seria R$ 1,1 milhão.
No caso de Pedro Corrêa, ele e seu assessor, Ivan Vernon,
utilizavam funcionários fantasmas para movimentar o dinheiro fruto de
corrupção. Depois que deixou de ser deputado, os repasses eram feitos com
auxílio de funcionários de Aline Corrêa, sua filha, que exercia mandato no
Congresso. De acordo com o MPF, apenas no esquema de Pedro Corrêa foram
desviados R$ 729 mil.
Luiz Argôlo, por sua vez, é visto como um parlamentar com a
relação mais próxima do doleiro Alberto Youssef. Argôlo visitava frequentemente
o doleiro para receber dinheiro. Ele utilizava, inclusive, sua cota parlamentar
de viagens para encontrar Youssef. Foi movimentado ilegalmente por Argôlo e
seus associados uma quantia de R$ 1,6 milhão. O MPF, no entanto, explica que
continua investigando as operações do ex-parlamentar.
Corrêa, Argôlo e Vargas foram presos pela Polícia Federal no
início de abril, na 11ª fase da Operação Lava Jato. André Vargas foi cassado em
dezembro pela Câmara dos Deputados. Os parlamentares decidiram condená-lo por
envolvimento em negócios com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia
Federal na Operação Lava Jato por participação em um esquema de lavagem de
dinheiro.
Em outubro, o Conselho de Ética da Câmara aprovou o pedido
de cassação de Argôlo, acusado de participar de negócios ilegais com Alberto
Youssef. Condenado na Ação Penal 470, o processo do mensalão, Corrêa teve o
nome citado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
A lista de denunciados também inclui Leon Dênis Vargas
Ilário, Milton Vargas Ilário e Ricardo Hoffmann; Ivan Vernon, Marcia Danzi,
Alberto Youssef, Rafael Ângulo Lopes e Fábio Corrêa; e Carlos Alberto Costa.
Dellagnol disse ainda que outros nomes, entre eles de políticos,
estão sendo investigados e devem ser divulgados futuramente. “Novas acusações
virão em relação a pessoas ainda não acusadas. Empresários, operadores
financeiros e outros funcionários públicos serão acusados no futuro, além de
outros agentes políticos”.
======